Enviada em: 16/05/2019

Durante o período da Idade Média, as poucas manifestações artísticas estiveram limitadas pelas influências e pelos desejos da Igreja em controlar o pensamento crítico da população. Diante desse cenário, mesmo após muitos séculos de transformações socioculturais, o discernimento do papel social da arte contemporânea continua sendo uma temática em debate no mundo. No Brasil, geralmente, os brasileiros utilizam-se do conservadorismo clássico e do padrão da tradicional arte europeia como forma universal de entender as produções vigentes no país.         É importante ressaltar que, apesar de a Constituição Federal do Brasil de 1988 garantir a livre manifestação artística, com ressalvas que respeitam o direito coletivo, é notório que alguns segmentos artísticos nacionais são marginalizados pela sociedade por meio do preconceito estrutural em relação às artes pluralistas. Tal segregação é originada a partir da não compreensão sensível do conteúdo que essas obras buscam expressar. Segundo a filósofa Simone Beauvoir, é na arte que o homem se ultrapassa definitivamente. Contudo, confrontando essa ideia, é recorrente as barreiras impostas à arte contemporânea pela população, que na maioria das situações são provocadas pela falta de uma política afirmativa eficaz que transmita a esses agentes a significação da finalidade social da arte, bem como a compreensão das diversas facetas que essa possui.        Além disso, outra questão viciosa são os limites impostos pela população em definir o que é ou não é arte, a partir do academicismo europeu presentes nos principais museus brasileiros e amplamente divulgados pela mídia, através do cinema e das redes sociais, por exemplo. Entende-se que esse padrão avaliativo é fator primordial para a estratificação da identidade nacional e dificultador da atuação da arte nas transformações dos comportamentos sociais. Nesse contexto, durante o período da Segunda Guerra Mundial, o líder nazista Adolf Hitler condenou as obras artísticas que fugiam da estética naturalista e que apresentavam algum tipo de crítica ao regime ditatorial, denominando-as de Artes Degeneradas. Assim, observa-se que historicamente a principal limitação imposta é a de caráter ideológico, ação que propicia a centralização da arte em um único estilo, ao dificultar o exercício da democracia e da liberdade de expressão.       Portanto, a fim de reduzir as limitações em relação ao mundo das artes, os Entes Federativos, em parceria com as escolas, devem criar um programa educativo que promova o ensino teórico e prático de arte contemporânea. Essa ação conjunta deve abordar as diversidades culturais brasileiras e particularidades da região de implementação. Por fim, os trabalhos desenvolvidos nesse programa devem ser expostos mensalmente em museus e em centros artísticos em todo o território nacional.