Enviada em: 14/04/2018

A arte em si constitui um papel fundamental na construção da cultura de um ser humano e na conservação de sua identidade, sendo utilizada desde as primeiras civilizações com o objetivo de transmitir valores referentes a um povo e o seu modo de vida. No período pré histórico a arte era registrada no interior das cavernas e em pedras rústicas, utilizada, principalmente, para caracterizar os meios de sobrevivência, como a caça e a pesca; no contexto artístico do renascimento e, posteriormente, do iluminismo, as obras buscavam valorizar os aspectos humanos e consolidar a racionalidade como meio de se entender o mundo; na modernidade, a arte representa uma fusão de culturas, ideologias, religiões e crenças, característica de um mundo globalizado.       É evidente que a arte, independente de período, localização e contexto social em que foi produzida, sempre significou  o embate entre ideologias, a contestação perante algo, o desejo pelo novo; mas nunca com um poder de reinvenção e transformação constante como acontece nos dias atuais. No início da segunda metade do ´século passado a arte brasileira sofre uma transformação advinda das mudanças no contexto geo-político e social. Cenário, esse, propiciado pela introdução da tecnologia no setor agropecuário e, consequentemente, pelo Êxodo Rural, pela intervenção militar no início da década de 60 e por outros fatores que marcam o início de uma nova era na sociedade brasileira.       Essa efervescência no cenário político e social à que o país passa proporciona à arte um poder de crítica que, atualmente, é motivo de confronto de opiniões pela maior parte da população, que acredita ou não existir um limite para a criação artística. Exposições inovadoras vem despertando o senso da opinião pública, dando a entender, assim, que a arte esteja cumprindo o seu papel com eficiência na atualidade, visto que sua função é incentivar a discussão e confrontar  conceitos consolidados.       Assim sendo, na contemporaneidade, a arte passa por um processo de alteração no seu modo de ser, fazendo com que a obra em si seja objeto de opinião, e não mais o seu aspecto subjetivo ou a sua intenção. Os desdobramentos da arte, agora, refletem nos próprios mecanismos de criação artística, a obra se completa e se define pelo seu desenvolvimento físico e intelectual, tornando-à mais palpável e concreta aos sentidos humanos. Nesse sentido é inevitável o surgimento de opiniões diversas a respeito dos limites artísticos, visto que a sua recepção por parte dos cidadãos, assim como de qualquer meio de transmissão intelectual em um mundo globalizado,  se dá por meio de uma maneira muito sólida e objetiva como também instantânea. A arte sempre terá uma função imprescindível na formação cultural dos cidadãos e na transmissão de conhecimento, e, assim, é inconveniente se colocar em prática medidas legais para a sua criação, visto que ela se desenvolve espontaneamente.