Enviada em: 05/08/2018

Para o escritor britânico Oscar Wilde, que viveu no século XIX, época de grande avanço do racionalismo, "O primeiro passo é indissociável à evolução de um homem e/ou nação". Nesse contexto, faz-se necessário sair da inércia e engendrar medidas cuja asserção seja compreender os limites entre a liberdade de expressão e o politicamente correto. Em vista disso, mesmo que a emancipação em relação à expressão seja, categoricamente, associada a uma benesse inalienável, ainda assim, deve haver limites na exposição de preceitos que desrespeitem a dignidade de outrem.    É preciso considerar, antes de tudo, que a exposição de pensamentos sem medições é característica da sociedade atual, de modo que o "pensar duas vezes antes de falar" já não faz mais sentido. Isso ocorre, dentre outros fatores, devido a um empoderamento proporcionando pelas mídias sociais, nas quais, muitas vezes, a explanação de ideias, mesmo sendo preconceituosas, são apontadas como uma simples questão de opinião. Ademais, com o anonimato proporcionado pela internet, posicionamentos intransigentes, que desrespeitam a dignidade de grupos minoritários, ganharam muita força, pois não há, teoricamente, a necessidade de ratificação e fundamentação de um posicionamento. Com isso, tende a haver uma maior ação de grupos radicais, colocando em risco o respeito às diferenças sociais.    Outrossim, cabe ressaltar que a falta de assimilação e respeito  do posicionamento díspar gera desagregação da sociedade. Isso porque, atualmente, há uma concepção de que as opiniões divergentes são consideras inapropriadas e, muitas vezes, sendo julgas como repugnantes. Diante disso, as campanhas eleitorais são uma evidência incontestável de que o respeito a opiniões divergentes não está em pauta nas agendas das discussões. Prova disso está na caracterização dos designados "coxinhas" e "petralhas", no qual a posição antagônica desses grupos não gera apenas discussões enérgicas, mas, muitas vezes, agressões violentas. Logo, essa falta de empatia, isto é, capacidade de compreender o outro, tende a colocar em xeque uma vivência de respeito mútuo.    Fica evidente, portanto, a necessidade de associação entre liberdade de expressão e a consciência. Para tanto, cabe à escola e às famílias, em parceria, trabalhar, mediante discussões, palestras e projetos, o desenvolvimento social dos indivíduos, a fim de que consigam expor suas opiniões respeitando as suas limitações. Além do mais, compete à mídia e às Organizações não Governamentais(ONGs), em conjunto, difundir, por meio de novelas, filmes e propagandas, a necessidade do pensar antes de expor uma opinião que possa ferir os direitos de outro indivíduo. Somente assim, levantando pontos e debatendo ideias, será possível instituir uma concepção de liberdade de expressão que sirva para harmonizar a convivência social.