Enviada em: 04/10/2018

A Tropicália foi um movimento artístico ocorrido na ditadura militar do Brasil e tinha como objetivo criticar o modelo vigente a censura. No atual panorama político brasileiro, embora a liberdade de expressão seja assegurada constitucionalmente é necessário o debate acerca dos limites entre esse direito e o politicamente correto. Nesse sentido, cabe discutir o papel da internet e do Estado nessa conjuntura.      Em uma primeira análise, a invenção da internet, durante a Guerra Fria, revolucionou a comunicação mundial, o que possibilitou uma maior liberdade de expressão. Isso porque, com a facilidade do uso dessa tecnologia, muitas pessoas a utilizam para propagar discursos de ódio e por vezes encontram apoio, fortalecendo essas ideias, tendo em vista que certos sites garantem o anonimato. Essa realidade torna-se preocupante uma vez que esses indivíduos recorrem ao direito da liberdade de expressão para justificar atos criminosos, que muitas vezes saem impune devido à falta de fiscalização do Governo. Dessa maneira, é necessário que o Estado intervenha para atenuar esses crimes cibernéticos.        Outrossim, segundo o filósofo Émilie Durkheim, o homem é produto do meio em que vive, sendo a sociedade responsável por nortear a conduta dos indivíduos. Indubitavelmente, a impunidade conjuntural estabelecida no Brasil reflete diretamente no comportamento do corpo social. Nessa perspectiva, o descaso estatal acerca da punição de pessoas que ultrapassam os limites da liberdade de expressão é um desafio para a diminuição desses casos, já que naturaliza, na sociedade, essa prática. Essa realidade interfere negativamente da construção social, tendo em vista que, por meio da coerção, os indivíduos tendem a repetir os costumes do grupo em que estão inseridos, de acordo com a ideia de Durkheim. Dessa forma, é necessária uma intervenção estatal.         Urge, portanto, que medidas sejam implementadas para facilitar o discernimento entre a liberdade de e o politicamente correto. Nesse contexto, o Estado deve promover uma maior fiscalização das mídias sociais. Essa ação deve ser concretizada por meio de uma parceria com a Polícia Federal, possibilitando a investigação de crimes cibernéticos e autorizando a intervenção nesses casos, para que assim a justiça possa ser uma realidade no país e os criminosos sejam devidamente punidos. Além disso, as Escolas devem criar palestras e cartilhas que contenham as diretrizes necessárias para um bom convívio em sociedade, estabelecendo as diferenças entre a liberdade de expressão e a ofensa. Com isso, será possível a conscientização desses indivíduos ainda em âmbito escolar, o que a longo prazo possibilitaria a formação de uma população que tem o respeito como base fundamental para a convivência.