Enviada em: 09/03/2019

Segundo o jurista Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a liberdade de expressão é: "uma das principais de todas as liberdades humanas [...]". Nessa perspectiva, é correto inferir, que o coletivo nacional brasileiro possui liberdade constitucional para expressar suas opiniões. No entanto, a tendência à acepção de um ideário unitário formulado por uma suposta maioria tem estimulado a linearidade de pensamento - o politicamente correto. Semeando a intolerância intelectiva e a censura da livre expressão.       Em uma primeira instância, é de fundamental importância analisar os fatos do presente sob um prisma estritamente histórico. Entre os séculos quinze e dezessete, predominou na Europa a influência da Igreja Católica, sobre os governos e sociedade. Baseada na filosofia cristã e dos altos cardeais, fomentou um pensamento de repulsa à ciência e a filosofia grega. Usando-se de seu poderio, a igreja, contaminou grande parcela da sociedade à um ideário de entendimento comum: o que é contrário a vontade do clero é heresia, digno de condenação. Sob está análise, muitos inocentes foram condenados pela Santa Inquisição; Galileu Galilei, Giordano Bruno, Johannes Kepler - foram exemplos afamados da perseguição do politicamente correto da estação. Comprovando-se, que nem sempre a unidade de pensamento leva ao progresso.        Não obstante, a partir do momento que se estabelece um senso comum, seja político, seja filosófico. O campo das inovações automaticamente recebe a oportunidade de ascender no meio social. Entretanto, na inflexão da liberdade de expressão - onde o indivíduo se sente coagido pela vontade de uma maioria. O campo das ideias torna-se infrutífero; a sociedade adentra na estagnação e a censura consolida-se como o principal artífice nas inovações sociais. Como previsto na canção "Cálice", de Chico Buarque e Gilberto Gil.        Em síntese, entre a liberdade de expressão e o politicamente correto deve-se haver uma intersecção Voltairiana; onde a expressão de ideias e concepções não oprime a felicidade alheia.