Enviada em: 11/07/2019

A liberdade de expressão é um direto fundamental em qualquer ambiente democrático, já que permite a difusão de pensamentos variados e diversos. Isso é, todos devem ter liberdade para expressar suas ideias, crenças e opiniões sem que sejam silenciados por pessoas ou instituições, garantindo um debate saudável e constante.        A expressão "politicamente correto" é muitas vezes usada com um cunho pejorativo. Isso porque o que se vê como "politicamente correto" é a busca de um discurso que não ofenda indivíduos, grupos, etc, rompendo com uma lógica vigente de um discurso que privilegia a branquitude e a masculinidade, principalmente o europeu. Uma forma do que se chama de "politicamente correto" é o uso dos termos "comunidades indígenas" ou "etnias indígenas" ao invés de "tribos" ou "índios" ao referir-se aos nativos de um país. Isso porque os termos que foram substituídos homogenizavam a diversidade de comunidades indígenas em uma figura monolítica de "índio", muitas vezes associada a um estereótipo.        Por que se questiona um possível limite entre liberdade de expressão e o "politicamente correto"? A questão central é que o "politicamente correto" representa uma ruptura com discursos antigos e muito enraizados nas mais diversas culturas, principalmente na colonização e na manutenção de relações de poder desiguais. Isso é, se antes pouco se reclamava ao ver piadas de "bicha", "preto e macaco" ou "loira burra" na comédia, hoje percebe-se o quão ofensivo esse tipo de humor pode ser. Se antes era comum que as crianças colocassem apelidos maldosos em outras na escola, hoje percebe-se as consequências negativas do bullying.        Portanto, o limite da liberdade de expressão deve ser a ofensa ao outro. A partir do momento que a sua opinião passa a ser um discurso de ódio, ela não deve ser amparada pela ideia de "liberdade de expressão".