Ideais voltados à valorização da estética remontam a um passado distante e foram amplamente difundidos durante a Antiguidade Clássica, quando gregos antigos preconizavam o conceito de beleza por meio não só da Arte - com a representação de corpos nus e esbeltos nas esculturas -, como do atletismo, sendo a prática esportiva exaltada entre os povos helênicos. Nos dias atuais, o culto à beleza perpetua-se na sociedade - embora de forma preocupantemente intensificada -, alimentado por influência da Indústria Cultural e ao ponto de ocasionar, frequentemente, não só riscos à saúde física e psicológica, como também discriminação entre os indivíduos, exigindo mobilização imediata. Nesse sentido, segundo os sociólogos Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural - os meios de comunicação de massa - é responsável por ditar comportamentos na sociedade atual. Tal afirmação prova-se verdadeira ao ser analisada a "Ditadura da Beleza" imposta tanto pela Mídia, como pela Indústria da Moda atualmente, ao estabelecerem como referências a serem seguidas certos padrões de beleza, principalmente ao público feminino, o qual se sente instigado a manter o corpo magro e a pele rejuvenescida, por meio de cirurgias plásticas e "dietas milagrosas", por exemplo, trazendo possibilidade de risco à saúde das mulheres. Desse modo, é notório que os limites entre estética e saúde são excedidos por muitas pessoas na medida em que priorizam a beleza externa, de acordo com padrões estabelecidos, em detrimento da própria saúde, constantemente, abrindo mão dela em busca do "corpo perfeito". Pode-se ressaltar também a discriminação sofrida pelos indivíduos considerados "fora do padrão". De acordo com o sociólogo Durkheim, o fato social representa um ideal inserido na sociedade e dotado de generalidade e coercitividade, tão enraizado que, quando não seguido, causa estranhamento entre as pessoas. Exemplo disso, foi o ocorrido em 2016, no concurso de beleza Miss Universo, quando a Miss Canadá sofreu uma série de comentários ofensivos na web, apenas por ser mais "cheia", fora do padrão muito magro das outras misses. Essa falta de intolerância, muitas vezes, prejudica a saúde mental das mulheres, desenvolvendo distúrbios alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Portanto, medidas são necessárias à resolução do impasse. O Governo Federal deve criar um projeto voltado ao direcionamento de recursos à promoção de maior representatividade de indivíduos "fora do padrão" nos meios midiáticos - TV e Internet -, a fim de gerar maior autoaceitação entre as pessoas. Ademais, o projeto deve contar com a instituição de palestras, nas escolas, que tratem da importância do respeito às diferenças, visando ao combate à intolerância e, assim, a dar fim à Ditadura da Beleza.