Enviada em: 31/08/2018

É incontestável que a beleza configura-se como um fator de prestígio social na contemporaneidade. Nesse sentido, muitas pessoas se submetem a procedimentos estéticos para alcançar um padrão estabelecido pelo capitalismo e reafirmado pela sociedade. Assim, mediante a fatores culturais e econômicos, a relação entre saúde e estética produz um desequilíbrio que afeta milhares de vítimas anualmente.    Em primeiro lugar, é importante salientar que os padrões de beleza estão em constante mudança a fim de se adequar a demanda temporal. Por conseguinte, é possível notar que na antiguidade eles estavam ligados à inteligência e à figura masculina, posteriormente, na Idade Média, o culto ao corpo era observado como uma afronta às leis divinas. Por fim, na Idade Contemporânea. com o desenvolvimento da medicina e a ascensão do capitalismo, essa conjuntura passou a estar intrinsecamente ligada à cultura popular. Dessa maneira, a preocupação com o "belo" ultrapassa, por muitas vezes, os cuidados com a saúde e promove as suas complicações.   Outrossim, as pessoas estão cotidianamente expostas a influências de esteriótipos aceitos na sociedade que moldam os seus desejos, haja vista que, para Schopenhauer, filósofo alemão, as ações para atingi-los são promovidas por suas vontades, no caso, de aceitação e integração ao modelo. Desse modo, grupos econômicos utilizam dessas vontades para lucrar, uma vez que as cirurgias plásticas, dietas e a cultura "fitness", por exemplo, são tidas como recursos para alcançar o bem-estar. No entanto, seus usos indevidos e excessivos infringem a vitalidade dos indivíduos, como é comumente visto nos meios de comunicação.   Em vista disso, segundo Platão, o importante não é viver, mas viver bem. Assim, é imprescindível que o Estado em consonância com veículos midiáticos e o Ministério da Educação promovam debates pedagógicos e rotineiros - em programas na TV, palestras nas escolas e com cartilhas virtuais -  acerca dos prejuízos da estética sobre a saúde. Com isso, conforme Immanuel Kant, a educação formará cidadãos conscientes perante as consequências dessa relação, como também, determinará limites mais expressivos.