Enviada em: 07/09/2018

As cirurgias plásticas não são uma invenção atual: Com o fim da Primeira Guerra Mundial, muitos indivíduos que haviam adquirido deformações no rosto decorrentes dos combates se submeteram à procedimentos estéticos para restaurar sua autoestima. No Brasil contemporâneo, a insatisfação com o corpo leva milhares de pessoas a óbito: As cirurgias mal-sucedidas são a principal causa, somadas a distúrbios alimentares.    O caso do médico conhecido como "Doutor Bumbum chocou o país, visto que uma de suas pacientes morreu após uma cirurgia que deu errado. O acontecimento é um alerta às mulheres, sobretudo quem busca um padrão de beleza inalcançável. Em declaração, o médico diz que "Houve uma fatalidade, mas isso pode acontecer com qualquer médico"; abstendo-se de sua culpa.    A influenciadora digital Camila Uckers sofreu de infecção generalizada após a rejeição de seu organismo à uma prótese de silicone nas nádegas, impossibilitando- a de andar direito, pois o erro médico também afetou o nervo ciático da jovem, vítima da busca pelo corpo ideal, que muitas vezes é inalcançável.    Na música "Mrs potato head" a Cantora norte- americana Melanie Martinez faz uma crítica social acerca dos procedimentos estéticos, visto que seu país lidera o Ranking Mundial de cirurgias realizadas anualmente, e o Brasil surge como 2 º colocado na lista, realizando cerca de 1 milhão e 200 mil cirurgias plásticas anualmente, de acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e estética.    O padrão inalcançável é propagado com a objetificação e sexualização das mulheres, sobretudo famosas, em revistas e propagandas televisivas. A cantora Madonna teve suas fotos vazadas pela revista Americana "W", e as imagens mostravam-a sem os retoques feitos por computador, revelando que toda a beleza e jovialidade apresentada pela mídia, na maioria das vezes, não passa de edição de imagem.    Em vista dos argumentos apresentados, é necessário que a cultura dos corpos inatingíveis seja combatida. A Câmara dos Deputados Federais deve votar um projeto de lei que proíba às emissoras de televisão, rádio, revistas e influenciadores digitais de propagar apenas um determinado tipo de beleza a ser seguida. É preciso que o Judiciário Brasileiro crie uma plataforma digital, para que os indivíduos possam denunciar a discriminação e "coisificação" do ser, além de delatar médicos que não possuam qualificação devida para executar as cirurgias, garantindo à sociedade proteção psicológica e moral, fazendo cessar a obsessão pelo padrão único de beleza.