Enviada em: 14/03/2019

A definição de padrões de beleza acompanha a humanidade desde os seus primórdios, como na Grécia Antiga em que a valorização do corpo atlético era intensa. No presente, entretanto, o desenvolvimento das tecnologias de informação gerou um aumento expressivo da divulgação e da cobrança acerca da estética em detrimento, muitas vezes, do respeito à saúde, o que reflete nas contradições mais maléficas na qualidade de vida dos indivíduos. Dessa forma, torna-se promissor uma discussão sobre os fatos relacionados a essa causa, sobretudo no que tange as "normas" sociais.      Nesse contexto, em consonância com o sociólogo Émile Durkheim, "o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela". Dessa maneira, diante de um tecido social de forte culto às formas físicas e visíveis do corpo humano em contraste a sua complexabilidade, tem influenciado para que uma parcela da sociedade busque alternativas para sanar esses estigmas, através de academias, clínicas estéticas e projetos de emagrecimento que, quando não acompanhados de uma visão crítica, conduzem para um desequilíbrio na saúde, como quadros de transtornos alimentares. Contudo, é inaceitável que a preocupação com a estética se exceda de modo a prejudicar a qualidade de vida dos indivíduos.        Outrossim, é notório que o excesso de preocupação com a aparência tem sido um campo fértil para o desequilíbrio na autoestima da população. Nesse âmbito, diante de um panorama social que prevalece um ideal de beleza, muitos indivíduos, principalmente adolescentes, por não se enquadrarem na "normalidade" social estão adquirindo transtornos psicológicos, como a depressão, o que, de fato, corrobora negativamente no processo de aceitação desses no tecido social e a consolidação da padronização corporal. Dessa forma, quando o filósofo Lev Vygotsky afirma que a educação não deve se distanciar da vida cotidiana de seus participantes, notabiliza-se a necessidade de eixos como a visão crítica dos padrões culturais serem contemplados no ensino brasileiro.     É imperioso, portanto, ações proativas no embate a essa conjuntura. Primeiramente, cabe ao Ministério da Educação, em paralelo com as escolas priorizar um tecido que enfatize um pensamento reflexivo quanto a padronização da beleza, por intermédio de seminários entre educadores e alunos, adaptando a compreensão de cada série, a fim de retirar estigmas enraizados e enfatizar a pluralidade da estética brasileira. Concomitantemente, cabe ao Ministério da Saúde, em consonância com os meios de comunicação proporcionar frequentemente debates ministrados por profissionais da saúde em setores públicos e hospitais, com  intuito de divulgar a seriedade dos problemas em sobrepor a estética diante do equilíbrio do corpo e, consequentemente uma visão mais holística com relação a saúde.