Enviada em: 21/10/2017

Esteiras de Corpos      Escravidão é uma condição de submissão de um indivíduo a algo ou a alguém. No século XVII o trabalho obrigatório dos negros nas fazendas da América, é um exemplo. Todavia, nos dias atuais, a escravidão está ligada ao culto do padrão de beleza imposto pela mídia, na busca do corpo perfeito inalcançável, assim, escravizando pessoas a procedimentos estéticos, desse modo, a busca pela beleza vira uma completa obsessão.       Primeiramente, como os modelos Fordistas de produção, os padrões de beleza buscam produtos padronizados (os corpos das pessoas) e um grande lucro do sistema capitalista obtido com isso. Dessa forma, o desejo de alcançar a estética perfeita se tornou uma compulsão extremamente prejudicial à saúde corporal e psíquica. Um exemplo disso foi a deformação na perna da modelo Andressa Urach causada pela aplicação excessiva de hidrogel, e em casos mais sérios, como o Ken Humano, Celso Santebañes, que fez inúmeras intervenções cirúrgicas e, desse modo, faleceu devido a complicações de saúde, resultantes de sua busca pelo modelo inatingível da perfeição.       Além disso, as pessoas que não conseguem atingir seu objetivo irrealizável do corpo ideal acabam tendo uma baixa autoestima, assim gerando, depressão e distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia. Contudo, o narcisismo de se sentir amado, inserido na sociedade e junto à exploração de tal desejo, por parte da mídia e indústria da beleza, impedem o fim desses problemas. Entretanto, segundo Durkheim, esse desejo como um fato social é algo exterior ao indivíduo e dotado de um poder coercivo, assim, as pessoas fazem de tudo para se igualarem ao padrão, tornando-se todas iguais e compensando toda a insegurança e medo de não se encaixar em um determinado grupo.      Fica claro, que se precisa resolver à problemática. Portanto, o Ministério da Saúde deve tornar obrigatório o acompanhamento com psiquiatras e psicólogos, a fim de minimizar a vaidade compulsiva, das pessoas que querem passar por tratamentos estéticos definitivos, também, junto à mídia mostrar as conseqüências causadas pela busca obcecada da perfeição, assim conscientizando a população. O Poder Público deve punir publicidades que pregam o corpo perfeito, por meio de multas as empresas anunciadas. Ademais, as escolas, por meio de palestras, precisam exaltar que cada pessoa tem uma beleza única, e devem ser respeitadas como são. Dessa forma, se cuidar faz bem, mas não ao ponto de se escravizar, visto que, como afirmou Aristóteles “a virtude humana está na justa medida”, ou seja, distante dos extremos viciosos.