Enviada em: 04/03/2018

No Renascimento Cultural, o belo era ligado a pessoas com aparência corpulenta, pois era indicativo de boa saúde. Contrariando tal perspectiva, hodiernamente, a beleza está relacionada a características opostas a essa. A busca por esse padrão de beleza acarreta graves consequências para a sociedade, já que os limites entre a estética e a saúde não são respeitados. Essa problemática é resultado da influência midiática e das constantes mudanças da sociedade fluida.   Mormente, cabe pontuar que a mídia é uma das principais responsáveis pela padronização da estética corporal. Segundo os sociólogos Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural cria esteriótipos sociais, influenciando o comportamento humano. Sob tal ótica, o setor midiático, com o intuito de gerar lucro, cria padrões de beleza e propaga o ideal de perfeição acerca deles, por meio revistas, filmes, propagandas. Dessa forma, a sociedade, alienada com o discurso proposto pelos meios de comunicação, procura se adequar aos modelos estéticos, recorrendo, em muitos casos, a métodos prejudiciais à saúde, a exemplo dietas radicais e a ingestão de remédios. Por conseguinte, a vida dela é posta em risco com o aparecimento de problemas, como gastrite, complicações renais e fraqueza.   Outrossim, as alterações frequentes nos padrões de beleza incentiva, também, a má qualidade de saúde das pessoas. Conforme dito pelo sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade está em tempos líquidos, com mudanças aceleradas. Nesse sentido, os padrões de beleza estão em um ciclo constante de obsolescência, já que as indústrias da moda e a farmacêutica criam, constantemente, novos produtos estéticos. Dessa forma, a população, com o objetivo de alcançar o prazer difundido pelo consumo capitalismo, torna-se consumista. No entanto, as realizações alcançadas são passageiras. Consequentemente, há a sintetização de uma sociedade marcada pelas frustrações e por problemas psíquicos, como a depressão e a ansiedade.   Evidencia-se, portanto, que a questão estética é preocupante, necessitando a reversão de tal situação. Por isso, a mídia deve desestruturar a padronização corporal, com o intuito de não causar problemas na saúde das pessoas. Dessa forma, manifestações midiáticas, como propagandas, filmes e novelas, devem apresentar pessoas com vários tipos corporais, valorizando a beleza de cada um. Também, cabe ao Estado criar campanhas educacionais de incentivo ao cuidado com a saúde em detrimento da questão estética, a fim promover uma maior preocupação com aquela pela população. Para se alcançar tal objetivo, palestras e debates nas mídias sociais, além de panfletagens em locais públicos, como praças, parques e rodoviárias, devem ser realizados. Bem como é preciso dar suporte ao tratamento de pessoas com problemas causados pela preocupação com a estética corporal.