Enviada em: 31/03/2018

O limiar entre padrões de beleza e cuidados saudáveis com o corpo é uma questão que precisa ser discutida na sociedade atual. Conforme o sociólogo Émile Durkheim “o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar”. Nesse contexto, se por um lado é importante manter hábitos saudáveis, por outro, o culto à aparência imposto pelas mídias, muitas vezes, causa o adoecimento físico e psicológico naqueles indivíduos que não conseguem se enquadrar nesse modelo.        Em primeiro lugar, a prática de atividades físicas e uma alimentação saudável são, cientificamente, essenciais para combater e evitar doenças. De acordo com o cardiologista Lair Ribeiro “aquele que não tem tempo para cuidar da saúde, vai ter que arranjar tempo para cuidar da doença”. Assim, muitas pessoas se veem em um paradoxo que é a rotina caótica das cidades e a culpa por não conseguir estar em forma, como os atores da novela ou a blogueira fitness.       Por conseguinte, surgem problemas como bulimia, anorexia, vigorexia. Além do grande número de cirurgias plásticas e da adesão de dietas que colocam em risco o bem-estar e a vida de jovens e adultos. Um exemplo do dessa realidade foi o caso da modelo Andressa Urach que, em 2015, teve complicações após realizar cirurgias plásticas. Dessa forma, percebe-se os malefícios da corpolatria, principalmente, quando imposta pela sociedade capitalista, nos meios de comunicação de massa.        Deve-se, portanto, buscar mecanismos para que as pessoas encontrem o equilíbrio entre beleza e qualidade de vida. Cabe ao Ministério da saúde, em conjunto com a mídia, reforçar em seus programas, discussões sobre hábitos que fazem bem à saúde física e mental e também sobre as implicações geradas pelas cirurgias, sem necessidade. Além disso, o Ministério da Educação, juntamente com as famílias, podem incentivar a adoção de esportes pelas crianças e ensinar, desde cedo, a terem senso crítico com os seres humanos idealizados que são mostrados na mídia e nas redes sociais, quebrando o tabu da perfeição irreal.