Enviada em: 02/08/2018

Na obra “Ilha das Flores”, Jorge Furtado faz uma crítica à sociedade de consumo e a produção incessante de lixo no processo de desenvolvimento econômico. Nesse sentido, a grande criação de dejetos implica em incontáveis efeitos negativos para a natureza. Nesse contexto, a contribuição da sociedade capitalista e a ausência de um Plano Diretor específico ao meio ambiente são os principais obstáculos relacionados ao problema do lixo.      Em primeiro lugar, na pós-modernidade, o consumo exagerado gera uma produção incessante, assustadora e infinita de lixo. Nesse contexto, o desenvolvimento tornou-se sinônimo de destruição e o capitalismo atua incentivando, ainda mais, o consumismo, haja vista que o lucro provem de gastos, compras e de produtos com “obsolescência programada”, que pode ser entendido como um tempo curto de vida útil de produtos. Assim, pesquisas realizadas por organizações ambientalistas, como o Greenpeace, contataram que a produção de dejetos aumentaram, globalmente, mais de 500%, reafirmando o desenvolvimento econômico inconsciente.     Além disso, a carência de um planejamento visando o envolvimento dos municípios e um desenvolvimento sustentável é, também, garantia à continuidade do impasse do lixo. Nesse âmbito, o entendimento de que é preciso existir harmonia entre o ser humano e a natureza não atinge a consciência coletiva, pois, em muitos casos, as próprias lideranças governamentais não incentivam essa ideia. Por exemplo, a despreparo com a coleta seletiva, ausência de lixeiras específicas e a falta de incentivo ao consumo de produtos recicláveis. Por consequência, o desengajamento social com determinadas causas é inevitável e a sociedade torna-se negligente e despreocupada com pontos que comprometem gerações futuras.        Infere-se, portanto, que o lixo produz impactos negativos ao meio ambiente e que podem ser irreversíveis. Consoante a isso, o Ministério do Planejamento, em parceria com a Receita Federal, devem incentivar o desenvolvimento sustentável a empresas, por meio de isenções fiscais, promovendo o uso consciente dos recursos naturais e ampliando o uso de produtos reciclados para que as consequências do consumo sejam menos invasivas. Ademais, o Ministério do Meio Ambiente e o MEC podem desenvolver a educação ambiental nas escolas, por meio de projetos, palestras e campanhas, envolvendo a comunidade escola e alertando sobre a importância da sustentabilidade para garantir a conservação da natureza.