Enviada em: 26/08/2018

Durante a Idade Média, na Europa ocorreu um aumento desordenado do número de habitantes, que provocou uma multiplicação do lixo exposto nas ruas, assim atraindo insetos e animais que possibilitaram o surgimento da peste bubônica, doença que erradicou a terça parte da população europeia. Salvo diferenças de cada contexto histórico, de maneira análoga essa situação ultrapassada e inadequada de descarte de lixo tem se repetido no Brasil contemporâneo, fomentada pelo capitalismo ela causa efeitos negativos para sociedade, que chegam a acarretar mortes.  Em primeiro plano, é necessário enfatizar que o capitalismo é um grande responsável por a exacerbada quantidade de lixo produzida pela sociedade hodierna. Um exemplo disso, é a obsolescência programada -introduzida pelo capitalismo visando obter mais lucro- que consiste na decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que ele se torne obsoleto em pouco tempo forçando o consumidor a comprar a nova geração do produto e gerando resíduos exponencialmente no meio ambiente. Somando a isso, a falta de infraestrutura de descarte de lixo em todo o Brasil essa problemática toma dimensões continentais que afetam diretamente a natureza. Logo, infere-se que o capitalismo e a falta de infraestrutura são inimigos do meio ambiente.   Nesse contexto, é imprescindível reconhecer os efeitos negativos que os resíduos mal descartados gera na sociedade. Em 1987, por exemplo, catadores de lixo recolheram Césio- 137 dentro de uma máquina de raio-x a fim de vender as peças, entretanto esse material que era extremamente radioativo foi espalhado durante a venda por diversos locais de Goiânia infectando 6.500 pessoas e mantando 4, o que caracterizou o maior incidente radioativo do Brasil que poderia ter sido evitado com o descarte correto de resíduos. Além disso, no que tange ao descarte de lixo orgânico o chorume substância líquida proveniente do processo de putrefação desse tipo de resíduo, quando não tratado corretamente pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos hídricos. Em suma, esses fatos reforçam a necessidade da adoção de medidas para combater esse problema.            Torna-se evidente, portanto, que o capitalismo e o inadequado descarte de lixo tem sido extremamente prejudicial não somente para a sociedade mas também para o meio ambiente. Em um contexto federal, urge ao Ministério do Ambiente juntamente com o Poder Legislativo, a criação e aprovação de um projeto de lei que vise acabar com os lixões a céu aberto, por meio das Prefeituras Municipais em parceria com engenheiros ambientais transformando esses em aterros sanitários, a fim de evitar a contaminação de lençóis freáticos e a disseminação de outras doenças.