Enviada em: 22/10/2018

Durante o processo da Revolução Industrial e após o mesmo, houve um grande aumento da produção industrializada, a qual elevou drasticamente a produção de lixo. A partir desse cenário histórico, o mundo foi bombardeado por revoluções científicas e tecnológicas, o qual tornou, consequentemente, o lixo em algo complexo e extremamente preocupante. Nesse contexto, deve-se analisar como a falta de infraestrutura e o consumismo prejudicam o problema em questão.        Primeiramente, a falta de infraestrutura é uma das principais responsáveis pelo excesso de rejeitos. Isso já que o destino do lixo no Brasil é um dos cruciais desafios que precisam ser superados. Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelecia o fechamento de todos os lixões até 2014. Entretanto, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, essa política foi um fracasso, pois mais de 60% das prefeituras não conseguiram cumprir a determinação e continuaram descartando o lixo em aterros a céu aberto, sem nenhum controle sanitário. Por consequência disso, por exemplo, gera-se impactos ambientais, como o efeito estufa, causado pela produção do gás metano nos resíduos.     Em uma segunda análise, nota-se, ainda, que o consumismo é outro fator responsável pela tal problemática. Isso decorre da obsolescência programada - produtos fabricados com vida útil - que, segundo Antonio Fernando - advogado, jornalista e consultor ambiental - e a Ana Alencar - pedagoga e Pesquisadora -, força o consumidor a comprar a nova geração do produto, no qual passa a necessidade de jogar o velho fora, muitas vezes no lixo comum, sem qualquer preocupação ambiental. Não é à toa, logo, que, conforme a Associação de Empresas da Indústria Móvel (GSMA), o Brasil produziu mais de 36% dos resíduos eletrônicos de toda a América Latina em 2014.       Torna-se evidente, portanto, que a questão do lixo precisa de uma enorme atenção. Em razão disso, o Estado, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, deve, por meio de uma fiscalização rígida, garantir e efetivar a lei da PNRS, objetivando o funcionamento dos aterros sanitários e controlados definido na lei, para que, assim, o país disponibilize uma infraestrutura eficaz e adequada, inibindo impactos ambientais e à saúde humana. Outrossim, o Poder Público, por intermédio dos três poderes, deve criar uma regulamentação para tal prática comercial, a fim de reger a fabricação, o comércio e distribuição, o uso, o descarte e a logística reversa de eletrônicos, para, desse modo, produzir um mercado sustentável. Dessa forma, as futuras gerações não serão comprometidas.