Enviada em: 12/09/2017

O maior acidente radiológico do mundo aconteceu em Goiânia e ficou conhecido como Césio-137. Após dois catadores de lixo encontrarem uma máquina de radioterapia, o pó radioativo Césio 137 se espalhou pela cidade e gerou mortes e desespero. Hodiernamente, a falta de locais adequados para o despejo de dejetos produzidos pela população aliado à falta de conhecimento da sociedade é um problema que afeta a natureza e a saúde humana. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como o uso insistente dos lixões e a falta de tratamento adequado desses resíduos.     Em primeira análise, cabe pontuar que 40% dos municípios brasileiros utilizam os lixões como meio de eliminação dos seus resíduos. Esse método é um dos principais responsáveis pela contaminação do solo e dos lençóis freáticos devido ao chorume oriundo do lixo. Além disso, ocorre a liberação do gás metano na decomposição dos dejetos, o qual é um dos principais agravantes do aquecimento global. Vale ressaltar que esse método é um dos fatores para a propagação de doenças devido à presença de ratos, urubus e pombos nesses locais. Somado a isto, a falta de apoio da população contribui para a poluição, principalmente no turismo, onde o despejo incorreto de resíduos sólidos podem afetar animais marinhos como tartarugas e contribuir para problemas de enchentes.     Ademais, convém frisar que a falta de tratamento adequado de esgoto aliado à ausência de consciência por parte da população ajudam a intensificar a problemática. Desde 1950, o Brasil tem passado por intensas modificações no seu espaço urbano devido aos investimentos promovidos por Getúlio Vargas. Entretanto, com os intensos fluxos migratórios, as políticas de saneamento básico não foram suficientes para acompanhar o crescimento demográfico. Como consequência, o esgoto passou a ser despejado em rios e lagos, atingindo diretamente aos animais presentes nesses ecossistemas, contaminando-os com lixos sólidos e compostos químicos, atingindo toda cadeia alimentar.     Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que o Poder Legislativo crie leis que visem a coleta seletiva nas residências da população contribuindo para a eficiência de programas de reciclagem. É essencial que o Governo substitua o uso dos lixões por opções menos poluentes, como os aterros sanitários.  Além disso, é de extrema importância que a Receita Federal invista parte dos imposto arrecadados em saneamento básico a fim de acabar com o problema da contaminação dos rios e lagos. Uma parceria da mídia e ONGs seria de excelente ajuda com o objetivo de conscientizar a população utilizando-se de cartilhas educativas e campanhas midiáticas. Logo, poder-se-á afirmar que a pátria educadora possui mecanismo exitoso para que o impasse do lixo possa ser amenizado e a população possa viver em harmonia com a natureza.