Enviada em: 07/03/2018

Aristóteles, importante filósofo grego, propunha que o homem deveria cultivar a virtude da moderação, consumindo somente o necessário para sua vida. Entretanto, o que se percebe no Brasil é o consumo exagerado de produtos, fruto do modelo capitalista impulsionado com o advento da Revolução Industrial. Como consequência, há elevada geração de resíduos que compromete o meio ambiente e as diversas formas de vida.        A fim de compreender melhor o problema, é preciso destacar alguns fatores que potencializam a problemática do lixo no país. Por um lado, tem-se a falta de consciência ambiental, principalmente no que tange ao descarte incorreto dos resíduos que além de contaminar solos e lençóis freáticos provoca acidentes, a exemplo do ocorrido em Goiânia com o Césio 137. Por outro, percebe-se a influência do "American Way of Life", isto é, o estilo de vida americano, segundo o qual o nível de felicidade de uma pessoa pode ser medido pela quantidade de bens que ela possui. Nessa perspectiva, parafraseando Francis Bacon, filósofo inglês do século XX, é válido dizer que ter é poder, visto que na pós-modernidade possuir e consumir produtos excessivamente é sinônimo de bem-estar financeiro e status social.        Dessa forma, com o intuito de combater o problema, o governo criou medidas como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, que visa fiscalizar se o descarte de rejeitos na natureza está sendo realizado de forma correta. Além disso, foi elaborada a Política dos 3Rs - reduzir, reciclar e reutilizar - que objetiva incentivar a população a degradar menos o meio ambiente por meio do consumo consciente, somado ao manejo sustentável dos produtos. Entretanto, o principal desafio de ambas as iniciativas é a falta de consciência ambiental por parte da sociedade.        Por tudo isso, fica claro que é fundamental a adoção de medidas sustentáveis que assegurem um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida. Sendo assim, as prefeituras, subsidiadas pelas mídias locais, devem promover eventos de doações e trocas nas praças públicas, de modo que a população minimize o consumo e, consequentemente, a geração de lixo. Ademais, as escolas devem elaborar projetos que envolvam diversas áreas do conhecimento, como a criação de uma composteira - que será mantida com o lixo orgânico proveniente da casa de cada aluno -  de forma que o húmus gerado por ela possa ser utilizado para manter uma horta na escola que irá complementar a alimentação dos próprios estudantes. Dessa maneira, os alunos não só aprenderiam como também colocariam em prática o conceito de educação ambiental e se tornariam adultos mais conscientes.