Enviada em: 03/06/2018

Na obra cinematográfica Jogos Vorazes, de Gary Ross, é exposta a insatisfação dos indivíduos perante um governo autoritário que utiliza-se da força e pobreza para a manipulação, todavia provoca o estopim de uma revolução. Fora dos telões, ao analisar a realidade, percebe-se que esta mobilização social ocorre com grande frequência e notoriedade. Desse modo, faz-se necessário pautar, em pleno século XXI, como a negligência do poder público e a consciência cidadã provocam as manifestações populares.   Em primeira instância, é imprescindível ressaltar como a carência de medidas públicas gera o surgimento de protestos. A esse respeito, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em “Modernidade Líquida”, afirma que algumas instituições perderam sua função social, mas conservaram sua forma a qualquer custo e se configuram como “instituições zumbis”. A metáfora proposta por Bauman serve para mostrar que o Estado não desempenha seu papel com eficácia e acaba por conferir à sociedade o sentimento de abandono e insatisfação. No entanto, não é razoável que um país que se constitui Estado Democrático de Direito seja indiferente ao bem-estar de sua população.     De outra parte, os fatores socioeconômicos também são responsáveis pelas requisições sociais. Nesse sentido, a Revolução Francesa, ocorrida em 1789, é considerada o símbolo de “liberdade, igualdade e fraternidade”, visto que mobilizou as camadas civis infladas da crise econômica na respectiva nação. Destarte, é evidente que a política interna e externa influenciam na quantidade de manifestações presentes. Como exemplo, no ano de 2013 milhares de cidadãos foram as ruas da capital de São Paulo em reivindicação por melhorias e redução das tarifas dos transportes públicos.        Torna-se inequívoco, portanto, que a falta de ações governamentais e o contexto econômico, social e político, na qual os indivíduos estão inseridos, são motivos que levam à participação social. Em virtude disso, os governos devem dialogar com os cidadãos, por intermédio de debates e apoio de mídias televisivas e sociais, ao notar mobilizações e conferências sobre os impasses que eles procuram solicitar. Com o objetivo de sanar posições de enfrentamentos e promover a coesão de princípios. Assim, a revolução violenta apresentada no longa-metragem não se expressará na contemporaneidade.