Enviada em: 03/06/2018

No perpassar da história, é perceptível que desde o Iluminismo, o caráter participativo acentuou-se expressivamente nas sociedades mundiais. De maneira análoga, no Brasil, a pressão popular como instrumento democrático se fez presente em mobilizações como a Passeata dos Cem Mil, que atuou contestando o autoritarismo do Regime Militar. Nessa perspectiva, destacam-se a necessidade de uma educação cidadã, bem como analisar as novas configurações sociais.           Em primeira análise, cabe pontuar a atuação deficitária das instituições de ensino como agravante da problemática. Como descrito pelo educador brasileiro Paulo Freire em seu livro "Pedagogia do oprimido", é primordial a elaboração de uma educação crítica e libertadora. A partir dessa perspectiva, nota-se que, majoritariamente, a escola valoriza o conhecimento teórico, em detrimento do estímulo à prática cidadã, perpetuando a formação de jovens com inconsistente pensamento crítico-reflexivo e suscetíveis à manipulação de um grupo.            Outrossim, é válido salientar as novas áreas de ativismo social na contemporaneidade. Conforme a Constituição Federal de 1988, é válido o direito ao protesto e à liberdade de expressão. Como desdobramento dessa prerrogativa, nota-se a atuação do ciberativismo, facilitando a disseminação das manifestações populares, além de ser um novo veículo de debate, mobilização e reunião de pessoas que aspiram visibilidade para suas causas. Diante disso, é perceptível que a expansão das discussões nas mídias sociais pode agir como mecanismo eficaz de cidadania para contestação ou renovação de estruturas estabelecidas.                Mediante o exposto, é indubitável o papel da educação e do ativismo digital para compreender o atual cenário das mobilizações sociais. Nesse viés, é imprescindível que o Poder Legislativo, aliado ao Ministério da Educação, por meio de um Projeto de Emenda Constitucional, acrescentem, à grade curricular obrigatória, disciplinas de caráter social e político, como Direito Constitucional, com o objetivo de estimular o pensamento crítico nos estudante, para que os jovens estejam mais sensíveis aos problemas de ordem pública. Feito isso, o ideal da educação libertadora de Paulo Freire poderá ser alcançado.