Enviada em: 23/08/2018

A expansão dos ideais iluministas culminaram no declínio do absolutismo europeu e teve como consequência a ascensão de diversas democracias por todo o mundo. Ademais, no senso comum, atribui-se à palavra "maquiavélico(a)" um sentido de algo que causa malefícios. Tal fato consiste numa interpretação precipitada acerca das ideias de Nicolau Maquiavel, o qual descrevera tanto o governante quanto a população como seres essencialmente egoístas. Contudo, esse equívoco conceitual do povo pode indicar um profundo temor ao tolhimento de seus direitos. Logo, as manifestações populares do século XXI refletem as necessidades de indivíduos que se comunicam globalmente e buscam a libertação de um padrão de vida maquiavélico, o qual precisa ser suplantado pelas nações.       Consoante aos fatos expostos, pode-se afirmar que a modernidade tem início no iluminismo, quando a burguesia propaga as ideias de libertação, assim como conceituações renovadas acerca da justiça, da ética e de direitos humanos inalienáveis. Concomitantemente, a independência das colônias dos Estados Unidos das Américas e a Revolução Francesa, cujo slogan era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", influenciaram movimentos de libertação em todos os continentes. Entretanto, o mundo hodierno ainda enfrenta a resistência de grupos dominantes que buscam controlar o povo, seja por meio da autoridade política, seja por meio do poder econômico, fato que motiva as atuais rebeliões.       Outrossim, não obstante o fato da liberdade ser uma das principais características do mundo contemporâneo, o qual se conecta por intermédio das novas tecnologias, o sistema capitalista, fruto do iluminismo burguês, promete os preceitos libertários e igualitários, mas propicia a acumulação de bens, o que dificulta a ascensão social de grupos explorados no decorrer da história humana, restringindo, portanto, seus direitos. Porém, com o advento da internet e das redes sociais, assim como conceitua Zygmunt Bauman, há uma fluidez no compartilhamento instantâneo de informações, o que pode desencadear revoluções como a "Primavera Árabe", a qual gerou mudanças em vários governos.       Sendo assim, é incontrovertível que as manifestações do século XXI, sejam elas de jovens no Oriente Médio e no norte da África, de negros nos Estados Unidos ou de mulheres feministas por todo o mundo, estejam atreladas ao ideal de liberdade, igualdade e fraternidade ainda não compreendido por grupos hegemônicos cujos pensamentos encontram-se encarcerados num molde absolutista e maquiavélico. Urge, pois, que a Organização das Nações Unidas intervenha internacionalmente nos casos onde há violação dos direitos humanos, visando à igualdade de gênero e de etnia, assim como à redução da desigualdade social nesses países, por meio de um protocolo de redução das riquezas acumuladas excessivamente. Destarte, libertar-se-á o mundo, alcançando a sonhada fraternidade.