Na série americana, ‘’Black Mirror’’, é abordado temas sobre o futuro da tecnologia, conciliando com o presente, apresentando aos telespectadores possíveis mudanças no seu cotidiano, no qual, uma tecnologia, inicialmente perfeita, acarreta inúmeros problemas à sociedade. Fora da ficção, há uma manipulação por parte de grandes empresas, que ditam ao consumidor o que deve ser consumido, por meio de dados coletados da internet. Assim, a população utiliza produtos, músicas, informações que são impostas a ele, criando vários problemas como a baixa criticidade e a insegurança dos dados fornecidos. Primeiramente, é válido ressaltar a dimensão que a internet ocupa nos dias atuais. Segundo o portal de notícias do G1, o número de ‘’smartphones’’ já ultrapassou a quantidade de habitantes no país. Assim, mostra-se que mesmo que o usuário tenha um aparelho celular, grandes empresas o direcionam à compra de outro, por meio de dados fornecidos em navegações anteriores, ocasionando um consumo direcionado a cada perfil, que causa uma ‘’bolha’’ informativa, no qual é apresentado apenas o que querem mostrar, não o que o usuário quer ver. Em outra perspectiva, é importante destacar falta de segurança dos dados fornecidos. Sob esse viés, em 2017, Marck Zuckemberg, criador do ‘’Facebook’’, uma das maiores redes sociais do mundo, foi indiciado pelo governo americano por informações ‘’vazadas’’ dos usuários, que ocasionou em uma reflexão sobre o que pode ou não compartilhar. Assim, seguindo Jurgen Habermas, filósofo contemporâneo, ‘’a sociedade depende de uma crítica às suas próprias tradições’’, o que contrasta com a prática de uma grande parcela de utilizadores da internet. Nesse sentido, observa-se que a falta de um comportamento crítico em conjunto da insegurança da população aos dados fornecidos são agravantes ao problema. Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas se unam para combater esse impasse. Desse modo, cabe ao Ministério Público estabelecer regras ao que as empresas e sites podem solicitar de informações, por meio de leis específicas ao assunto, a fim de diminuir a manipulação do usuário. Ademais, com a ajuda de influenciadores digitais, criar campanhas publicitárias, com o intuito de informar a população sobre o que é seguro compartilhar na internet. Assim, observada a ação conjunta entre governo e sociedade, obter-se-á uma organização longe da aterrorizante ficção.