Com o advento da tecnologia, após a Revolução Industrial, ocorrida no século XX, a privacidade tornou-se algo de difícil acesso e a manipulação, algo de rotina. Essa dominação tecnológica teve como consequência mudanças sociais e intelectuais na sociedade do século XXI. A princípio, cabe ressaltar que, segundo Steve Jobs: “A tecnologia move o mundo”. Análogo a isso, faz-se a atual realidade da sociedade contemporânea, em que suas preferências são filtradas por sistemas, para que a indústria de tecnologia, possa criar novidades compatíveis ao consumidor. Dessa maneira, tal ação interfere no modo de pensar dos usuários, criando uma “teia” de necessidades, mudando a forma de interagir socialmente. Além disso, os dados da internet podem ser filtrados para outros fins, como propagar informações relevantes a um certo grupo. Tal fato, manipula a opinião de quem recebe, gerando uma espécie de alienação, dificultando o pensamento crítico acerca do tema exposto. Consoante a esse tema, faz-se necessário a analogia a obra modernista “O Abapuru”, de Tarsila do Amaral, em que para a autora, a cabeça pequena simboliza a falta de criticidade do ser humano. Sendo assim, com a manipulação de ideias, muitas pessoas se tornam parte da obra. Posto isso, a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet é um entrave de cunho social que precisa ser resolvido. Portanto, faz-se necessário debates e palestras, administrados por profissionais da área de ciências sociais, em ações sociais, financiadas pelo Governo, de modo a informar as causas e consequências da manipulação digital, e em conjunto com as escolas, pois essas, têm grande influência na formação dos futuros cidadãos e de suas criticidades, bem como de seus familiares. Talvez assim, a realidade se distanciará da atual.