Inicialmente, a série "Black Mirror" relata um futuro distópico, em diferentes episódios é mostrado as dificuldades enfrentadas pelos personagens com o advento da internet. Durante a trama, fica evidente que apesar dos benefícios, a alta exposição pode provocar a degradação do ser humano, que perde o controle da situação e já não se reconhece no mundo digital. Fora das telas, a realidade é semelhante, já que, a população é manipulada e controlada por uma rede de dados. Assim, o problema é agravado pela ilusão de liberdade, bem como, pelo imediatismo hodierno, fatores esses que urgem por solução. Nesse panorama, os internautas vivem em uma silenciosa ditadura. De maneira análoga, durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hittler decidia o que deveria ser visto ou não pela população. Desse modo ele divulgava apenas propagandas que enalteciam a cultura ariana e degradava a semita, a fim de controlar os cidadãos para benefício próprio. Nesse ínterim, a nação verde e amarela também passou a ser manipulada, porém o ditador tornou-se a internet, que ilude o brasileiro a acreditar que tem o controle de suas decisões. Nesse sentido, o internauta vive no modo passivo e é coagido a viver em um país controlado por máquinas, que dizem o que ele deve comprar, consumir e como deve ser o seu estilo de vida. Mormente, outro precursor do problema é o imediatismo vivenciado no mundo contemporâneo. Nesse contexto, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, defende o conceito da modernidade líquida, em que nada é feito para durar. Sendo assim, devido a liquidez do mundo atual, a sociedade pós-moderna consome cada vez mais conteúdos, mas vive em uma bolha social. Ou seja, não ocorre a reflexão sobre tais conteúdos, o internauta é estimulado a viver sob uma redoma e ter contato apenas com notícias que são compatíveis com seus conceitos, o que corrobora a persistência de um pensamento estagnado. Somando-se aos aspectos supracitados, faz-se necessário que o Ministério das Comunicações evidencie os perigos do mundo virtual e incentive os internautas a buscarem informações além das que são indicadas em suas redes sociais. Para isso, em parceria com a mídia, deverá divulgar propagandas televisivas e digitais que deverão estimular a busca e leitura dos cidadãos em diferentes sites e sobre diferentes conteúdos, a fim de garantir que os usuários rompam com as barreiras da manipulação e tenham maior liberdade de escolha.