Enviada em: 05/11/2018

Com o advento da Revolução Tecno-Científica no século XXI, houve um desenvolvimento dos meios de comunicação juntamente com a expansão do acesso popular mediante esses avanços. Analogamente, é tácito que as novas tecnologias exercem uma influência no âmbito comportamental dos indivíduos de acordo com a ética capitalista vigente. Nesse sentido, torna-se pontual, não apenas questionar a alienação consumista, mas, também, analisar a padronização cultural decorrente da exposição de dados nas redes sociais.        A priori, é válido referenciar que, durante a Era Vargas, o governo utilizou do poder de coerção dos mecanismos de comunicação para moldar a opinião pública. Hodiernamente, observa-se que a permanência dessa atitude supracitada pelas grandes empresas, uma vez que a constante vigilância sobre os acessos e pesquisas realizados pelos indivíduos no ambiente virtual ajuda a direcionar as publicidades baseadas no perfil do consumidor. Diante dos fatos expostos, certifica-se a concepção do sociólogo Karl Marx acerca da alienação capitalista, visto que a classe dominante detêm dos meios midiáticos necessários para fortalecer o caráter consumista intrínseco no corpo social. Dessa forma, os dados pessoais dos internautas viram mercadoria que potencializam os lucros dos conglomerados.        Como já advogou o pensador da Escola de Frankfruit, Theodor Adorno, a contemporaneidade é marcada pela ascensão da ''Indústria Cultural'', sendo essa a massificação das manifestações culturais e informativas apresentadas ao público, principalmente entre jovens, sendo determinantes na padronização da forma de se pensar do contingente populacional, caracterizando a manipulação. Sob esse ângulo, têm-se a atuação dos algorítimos que identificam as preferências dos usuários e codificam as publicações fornecidas adequadas a forma de pensar esse individuo, mantendo-o na ''bolha social''. Nessa conjuntura, deve-se haver transparência dos meios de comunicação, respeitando o direito ao acesso às diversas fontes de informação, bem como a liberdade de pensamento.        Logo, é imprescindível mediar ações sociais e governamentais para reverter o papel manipulador da internet. Isso posto, cabe a Polícia Federal fiscalizar o uso dos dados dos usuários pelas redes sociais, aplicando medidas punitivas para aquelas que vendem os acervos pessoais como mercadoria para empresas de publicidade, visando, assim, zelar pela privacidade dos internautas. Ademais, é papel do Ministério da Educação promover palestras de cunho educativo sobre a importância dos jovens verificarem as informações fornecidas pelos meios de comunicação, objetivando evitar a propagação de pensamentos pré-estabelecidos pela lógica midiática. Com essas realizações, espera-se reverter esse imbróglio da Era Digital.