Enviada em: 06/11/2018

Zygmunt Bauman ,renomado sociólogo polonês, afirma que por ser globalizada, a atual sociedade mundial vive em um meio em que tudo está intensamente interligado. Consoante a tal pensamento, percebe-se essa ligação de forma intensa nas redes sociais, visto que um sistema de algoritmos define as preferências dos mais diversos usuários. Entretanto, apensar de fornecer inúmeros benefícios, esse sistema tem influenciado no comportamento humano, por meio da massificação dos gostos, decorrente da irrisória legislação específica que limite o acesso às informações pessoais.         A priori, é indubitável que a internet e suas ferramentas e suas ferramentas trouxeram facilidades ao cotidiano, a título de ilustração, o consumo online, cabe analisar, porém, as consequências da manipulação de dados. Adorno e Horkheimer, filósofos que estudaram a Indústria Cultural, afirmavam que os meios de comunicação costumam massificar gostos e comportamentos. Diante disso, surgem questionamentos acerca do sistema de algoritmos das redes, o qual seleciona e mostra o que seriam as preferências de determinado usuário. Muitos conteúdos disponibilizados frequentemente, entretanto, são desejos comuns, o que ratifica a hipótese de que talvez não seja baseado em escolhas individuais, mas, sim, que esteja determinando um perfil de usuário e consumidor global.        Outrossim, a falta de legislação específica, tendo em vista o desconhecimento do Estado da manipulação causada pelo algoritmo, corrobora para a livre atuação desse sistema na coleta de dados. Em vista disso, com a impressão de que essa tecnologia estaria restrita aos filmes e séries, como o seriado Black Mirror que reflete o lado negro das telas e da tecnologia, por exemplo, o Poder Legislativo não tem direcionado análises e pesquisas para limitas o acesso das empresas às informações dos usuários.        Urge, portanto, que medidas para mitigar a manipulação do comportamento pelo sistema de algoritmo sejam adotadas. O Governo, como Poder Legislativo, deve limitar, por meio de leis específicas para o ambiente virtual, o controle das preferência dos usuários pelas empresas. Ademais, as instituições de ensino, como formadoras de senso crítico, podem promover palestras que visem à conscientização, desde a tenra idade, acerca da exposição exagerada nas redes sociais, além de incentivar o discernimento, para que os indivíduos possam enfrentar a publicidade exacerbada. Assim, tornar-se-á a internet novamente apenas uma ferramenta com inúmeras facilidades e benefícios e não mais um meio para manipular o comportamento humano.