Enviada em: 07/11/2018

O crescimento ao acesso à internet no século XXI, por meio dos avanços tecnológicos, permite a inserção e a conexão de milhões de pessoas no mundo digital.  No entanto, nesse mar de dados os usuários tornaram-se presas da vil ganância de grandes corporações, como Facebook, Google e Amazon, que se utilizam dos dados dos usuários para manipular o comportamento dos indivíduos, segundo os interesses econômicos e políticos delas. Assim, a vontade desses pequenos grupos aliena o cidadão e restringe sua liberdade de pensar.   De fato, o uso irrestrito dos dados forma um sistema econômico alienante, que mata o pensamento crítico conforme propaga maneiras homogêneas de pensar, agir e consumir. Segundo a Escola de Frankfurt, a partir do século XX surge a indústria cultural, que nasce com a disseminação dos meios de comunicação em massa e é responsável pela massificação do ideário coletivo. Portanto, a internet potencializa esse nefasto fenômeno. Além do mais, conforme o filósofo Michael Foucault, o saber e o poder estão estritamente relacionados, o que evidencia o papel fundamental dos dados na manipulação dos usuários.    Ademais, o controle dos dados fomenta um grave atento a democracia, à medida que são utilizados em campanhas eleitorais para promoção ou degradação da imagem de um candidato, corrompendo a escolha soberana do povo. Dessa maneira, processos eleitorais estão em risco, como visto nas eleições norte-americanas de 2016, onde foi vista a utilização ilegal de dados do Facebook pela Cambridge Analytique, empresa privada que promovia a candidatura de Donald Trump. Dessa forma, fenômenos como "Fake News" tornaram-se agentes determinantes no processos democráticos, colocando em risco a liberdade do cidadão.   Assim, torna-se notório o gigantesco potencial danoso da manipulação de dados. Logo, urge-se por parte do Estado, em parceria com empresas de comunicação e instituições de ensino, a promulgação de palestras que formem a "educação virtual", a fim de precaver o cidadão de notícias falsas. Além do mais, necessita-se que a sociedade civil, em conjunto com os parlamentares, aprovem leis que restrinjam o uso irrestrito de dados para proteger a privacidade e a liberdade. Assim, salva-se a democracia.