Enviada em: 06/11/2018

Chama-se de internet uma ferramenta desenvolvida durante a Guerra Fria, metade do séc. XX, sob o objetivo de salvaguardar informações militares. Hodiernamente, ela é o produto de sucessivas evoluções, as quais permitem ao homem, e seus interesses capitalistas, o poder de manipular dados de hábitos cibernéticos do público-alvo de diversos tipos de serviço. Nesse contexto, é indubitável o impacto socioeconômico que as publicidades de consumo exercem ao manusear registros de navegação do usuário.          Em primeira instância, cabe ratificar o viés econômico do fenômeno da Globalização, a qual integra grupos sociais em escala global a partir do consumo em massa. Essa conjuntura, aliada a dados presentes em um estudo de campo da (USP) -2017-, no qual aponta-se que mais de 60% dos entrevistados afirmam fazer uso frequente da internet para adquirir serviços; permite inferir que, certamente, algoritmos advindos da manipulação de informações representam uma potencialização do hábito consumista. Destarte, mecanismos como a sedução e a indução -característicos da publicidade- atuam de maneira direta no direcionamento do navegante a partir de seus próprios rastros 'on-line'.         Sob esse viés, é possível corroborar que, ao fazer uso desses dados de acesso, as indústrias exercem, por meio da propaganda unilateral, influência direta e precisa sobre o comportamento de seus clientes, haja vista que dessa forma é possível atrair seu público por meio de "necessidades" individuais. Ademais, esse é um processo omisso e acontece sem que a pessoa conectada saiba do seu rastreamento, ou seja, como não há plena elucidação quanto ao assunto, a maioria permanece exposta aos interesses dessas potências. Assim, confirma-se a tese do célebre Albert Einstein, a qual sugere que a nossa tecnologia evidentemente ultrapassou nossa humanidade.          Diante dos fatos supracitados, deve-se direcionar esforços para a elucidação e educação dos usuários defronte às exposições e manipulações de suas informações, a fim de que haja maior responsabilidade no hábito de adquirir serviços na internet e, consequentemente, maior senso crítico ao lidar com essas influências. Urge, portanto, que o Poder Público -em consonância com as redes sociais- elabore campanhas nacionais de esclarecimento no que tange à problemática; fazendo uso tanto de aparatos digitais (vídeos, imagens e publicações interativas), quanto manuais (cartazes, 'outdoors' e panfletos) em sua promoção. Desse modo, ferramentas de segurança de dados ganharão mais visibilidade em contato com um cidadão mais bem instruído acerca desses gigantes da Globalização capitalista.