Enviada em: 06/11/2018

A Primavera Árabe foi um movimento que iniciou-se pela internet no qual várias pessoas protestaram por democracia. Consoante a isso, é possível perceber que esse mecanismo hipertrofiado no século XXI é um poderoso instrumento para as massas. Contudo, como é um meio que possui acesso livre, muitas vezes fornece ao usuário uma falsa sensação de liberdade, o que acarreta problemáticas, uma vez que, a forte e presente e manipulação de dados é potencializada pelo capitalismo e por aqueles que detém de poder.       Segundo o contratualista John Locke a sociedade seria uma garantia de permanência e ampliação da liberdade humana. No entanto, a propensão de obter lucro a todo custo atrelado aos meios cybernéticos confronta tal pensamento. Desse modo, como principal fator é possível apontar os algoritmos utilizados pela Google que fornecem às lojas os produtos pesquisados mais recentemente pelo usuário, para que aumentem o número de anúncios que satisfazem o desejo do consumidor. Assim, ocorre a indução comercial realizada através da falta de privacidade, o que fere intimamente os ideais de liberdade em sociedade previstos por Locke e pela Constituição de 1988.      Outrossim, é importante ressaltar que o acesso a informações sem veracidade ou à apenas uma parte do conteúdo prejudica a cidadania. De acordo com Sócrates, o método dialético se basearia na discussão e apresentação dos fatos. No entanto, com a possível manobra de massas ao controlar como e o quê chega até a população, os direitos de decidir e pensar livremente estariam comprometidos, inviabilizando assim a possibilidade do exercício de uma concreta democracia, na qual as pessoas decidem por si mesmas.      Portanto, para que o pensamento de Locke seja pleno e o de Sócrates seja possível, é necessário ação. Organizações Não Governamentais(ONGs) com o auxílio da população, podem protestar nas ruas e em mídias sociais, como utilizadas pela Primavera Árabe, como meio de chamar atenção dos grandes sites e empresas, para que revejam as categorias de acesso aos dados individuais. Já o Ministério de Segurança em parceria com ONGs e associações estudantis por meio da criação de de centros de fiscalização de dados, podem emitir selos que comprovem a veracidade da informação.