Enviada em: 06/11/2018

Após o fim da Guerra Fria, a humanidade presenciou uma série de evoluções tecnológicas que foram fundamentais para a globalização. Nessa perspectiva, a internet se tornou um dos principais meios de comunicação e troca de dados, sendo essencial na vida dos seres humanos. Contudo, apesar de poder promover a democratização da informação, é notório que há manipulação dos dados que chegam até o usuário influenciando seu comportamento. Sob esse viés, a sobreposição de interesses acima do bem coletivo, somado à ausência de uma educação digital crítica, são fatores que configuram esse grave problema.        A princípio, é necessário ressaltar que é lucrativo para grupos que trabalham diretamente com o ambiente virtual, manter padrões de comportamento. Por meio da programação não transparente de algoritmos que selecionam o conteúdo visto, elas influenciam as pessoas a seguirem ramos pré-determinados de informação. Desse modo, ocorre a ilusão no usuário de que o mesmo está decidindo eficientemente suas escolhas, quando na verdade está sendo forçado a seguir um padrão. Essa lógica está em consonância com o pensamento do filósofo Theodor Adorno, em que o sistema capitalista faz uso da manipulação cultural com o fito exclusivo de acumular riqueza, sem se importar com as consequências.           Ademais, vale lembrar ainda que a ausência de uma educação digital crítica na sociedade, contribui para a perpetuação da problemática. A partir do momento em que o usuário não tem conhecimento dos fatos supracitados, ele se torna uma vítima da alienação virtual. Nesse contexto, é notório que a consciência crítica da população constitui uma poderosa ferramenta a favor da democracia virtual, e é indubitável que isso pode ferir os interesses de grandes empresas.        É necessário, portanto, a adoção de medidas que visem reduzir a problemática. As instituições educacionais, por meio de parcerias com ONGs, podem realizar eventos em prol da educação digital, visando a conscientização das pessoas acerca da temática. Por outro lado, o poder público pode aumentar o rigor na fiscalização dos algoritmos de seleção, através da melhora na legislação, buscando favorecer sempre a consolidação do acesso à informação livre de manipulação.