Enviada em: 07/11/2018

Consoante Jürgen Habermas, filósofo da Escola de Frankfurt, os meios de comunicação são imprescindíveis para o alcance da razão comunicativa. Todavia, o principal canal comunicativo da atualidade, a internet, tem se prestado a outras funções. Sistematicamente, o mundo virtual, atua incentivando o consumismo exacerbado bem como induzindo os indivíduos a comportamentos pré-estabelecidos, o que representa algo a ser mitigado.        Em primeira análise, é importante enfatizar que, em sua maioria, os cidadãos não têm noção do controle de pensamento que lhes é exercido. Os usuários sentem, erroneamente, uma sensação de liberdade no meio virtual, enquanto, na verdade, tem suas escolhas conduzidas. Após acessar determinados "links", o sistema cria um cachê de dados, o qual promove, rotineiramente, anúncios enfáticos, de acordo com aquilo que foi acessado. Desse modo, através do bombardeamento de informações, a internet tem, geralmente, definido o comportamento dos usuários.             Ademais, em segundo plano, cabe salientar o amplo poder de convencimento coletivo que a internet detém. Nesse viés, percebe-se, constantemente, que os indivíduos são levados a compartilhar informações, mesmo sem a certeza da veracidade destas. Na contemporaneidade, muitas vezes, notícias falsas são amplamente difundidas, atuando, dessa maneira, como um eficaz instrumento de controle de pensamento. Tal fato constitui uma perda do sentido original deste tão recente meio de comunicação, o qual consiste em promover o rápido acesso às informações confiáveis e de qualidade.          Dessa forma, portanto, torna-se indubitável a necessidade de resolução da problemática supracitada. Compete aos usuários, nesse raciocínio, cobrar a efetividade das leis previstas no Marco Civil da Internet, as quais atenuarão os efeitos deste meio de comunicação no comportamento individual. Outrossim, o Ministério da Educação deve promover palestras nas escolas, ministradas por psicólogos, com o fito de evidenciar o controle de dados bem como das ações dos estudantes, desconstruindo o mito da " liberdade virtual". Somente assim tornar-se-á possível alcançar a razão comunicativa prevista por Habermas em sua plenitude, através da internet.