Enviada em: 07/11/2018

Desinformação Descontrolada   A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada após irem a público os horrores da Segunda Guerra Mundial, garante a todos os indivíduos - independente de gênero, classe social e religião - o acesso à segurança, à alimentação, à liberdade e, sobretudo, à informação. No Brasil, entretanto, percebe-se um estreitamento com a Declaração ao tratar da questão da manipulação do comportamento do usuário pelas mídias digitais. Sobre esse problema, ressaltar-se-á suas bases e consequências.    Em primeira análise, é necessário compreender a importância da seleção imparcial das informações no processo de formação de opinião do indivíduo. Visto que seu posicionamento é diretamente influenciado pelo tipo de notícia que recebe, e é consideravelmente afetado se for bombardeado constantemente por mensagens tendenciosas e mal-intencionadas - popularmente chamadas "Fake News". Dessa forma, pode-se confirmar tal raciocínio com a tese de Maxwell Maltz, psicólogo e pai da psicocibernética, que afirma: "A autoimagem é a essência do comportamento e da personalidade. Mude a autoimagem e ambos serão alterados". Ratifica-se, portanto, a influência da seleção tendenciosa das informações midiáticas na manipulação do comportamento da população.  Em segundo plano, é preciso reconhecer a real ameaça da manipulação do corpo social brasileiro pelas "Fake News", sabendo que a mesma já pôde ser observada na Revolta da Vacina, episódio histórico no qual a população se revoltou contra a vacinação por culpa de um falso boato de que a imunização era uma forma de extermínio social promovida pelo governo. Atualmente, percebe-se que esse mesmo boato, aliado ao dinamismo e anonimato das mídias digitais, tem voltado a popularizar o movimento antivacina entre as mais diversas classes da sociedade e, consequentemente, confirmam-se novos surtos de doenças consideradas já erradicadas do território nacional - como a paralisia infantil-. Mediante os fatos apresentados, afirma-se que as informações tendenciosas, bem como o papel amplificador das mídias digitais, representam uma grave ameaça à sociedade tupiniquim.   Considerando os tópicos dissertados e para que os ideias da Declaração Universal dos Direitos Humanos não sejam uma mera proposição teórica, mas uma medida concreta, o Governo Federal, a polícia e o judiciário devem combater a disseminação de informações tendenciosas por meio da eliminação de tais notícias e punição de seus mal-intencionados criadores, a fim de amenizar a manipulação da opinião e do comportamento do indivíduo pelos dados digitais. Dessa forma, será possível não só proteger a população dos perigos da desinformação, como também orgulhar Maltz.