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Enviada em: 08/11/2018

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês do século XX, afirma que as relações modernas são caracterizadas pela velocidade. Desse modo, a manipulação do comportamento dos internautas no ambiente virtual revela a nova ordem da contemporaneidade, como também o desconhecimento da população. Nesse sentido, convém analisarmos as principais problemáticas desse fenômeno.  Em princípio, 100 milhões de brasileiros possuem acesso à internet, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dessa maneira, o número expressivo de pessoas no mundo virtual evidencia que a modernidade, marcada pelos anseios do capital, sofre influências de produtos e de serviços propagados pelas redes sociais, por exemplo. Tal aspecto coaduna, certamente, com a manipulação das redes de comunicação nas compras e opiniões dos usuários, assim como ratifica a tese de Zygmunt Bauman. Logo, em um Estado democrático, é inadmissível os órgãos midiáticos não apresentarem aos cidadãos que seus dados são utilizados, negligentemente, em prol do mercado consumidor.       Nesta conjuntura, a escassez de liberdade dos internautas aliada à falta de conhecimento apontam para mais um entrave. Por conseguinte, o espraiamento de propagandas fomentadas por coletas de dados nos sistemas virtuais constituem em um descaso com a liberdade do indivíduo e corrobora com a defasagem na busca pela veracidade das informações. Assim, este cenário torna-se problemático em um contexto no qual, infelizmente, 90% dos usuários de redes sociais repassam notícias sem comprovação, segundo a BBC Brasil. Dessarte, é inaceitável que instituições, como a escola, continuem resignadas ao não instruírem os estudantes sobre a manipulação do mundo digital.         Dado o exposto, o controle de dados guia o comportamento dos internautas. Em suma, o Ministério da Educação, instituto responsável pela administração educacional, deve colocar na ementa escolar o estudo sobre as características da internet a fim de apresentar a preocupação do Estado com os cidadãos, por meio de acordos com as universidades federais, com a presença de estudantes de cursos voltados à tecnologia para realizarem palestras. Espera-se, com isso, formar jovens conscientes dos entraves do mundo contemporâneo, conforme a tese de Bauman.