Enviada em: 25/08/2017

O temor frente ao desconhecido    A Revolta da Vacina, ocorrida no início do século XX, foi uma reação popular à campanha de vacinação obrigatória criada por Oswaldo Cruz e representou uma situação na qual a falta de informação e o medo do desconhecido causaram uma reação temerária. No século XXI, de maneira análoga tem ocorrido a resistência da população aos métodos terapêuticos experimentais. Isso ocorre devido à falta de informação cedida pelo Ministério da Saúde e pelo embate entre crenças e ciência.    É inegável que o vocabulário científico não é acessível a todos e representa um problema na comunicação com as demais esferas sociais. Segundo Aristóteles, a política deve ser utilizada de forma que, por meio da justiça, se encontre o equilíbrio. Analogamente, percebe-se como órgãos governamentais responsáveis pela saúde rompem com esse equilíbrio, à medida que, não esclareceram em uma linguagem clara e universal as informações e termos técnicos ligados aos métodos experimentais. Desse modo, nota-se como a desinformação a respeito do tema é fator primordial à problemática.    Outrossim, destaca-se a resistência popular aos métodos terapêuticos experimentais como sendo resultado de diversas crenças da sociedade. Para Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de um povo agir e pensar. Nesse contexto, nota-se como crenças, religiosas ou não, podem vir a interferir no avanço científico por muitos indivíduos não participarem de testes ou fazer tentativas de invalida-los por meio de campanhas falaciosas nas redes sociais, além de constituírem um fato social, uma vez que são passados de geração à geração e se propagam na sociedade. Assim, observa-se a necessidade de um equilíbrio entre o respeito às crendices e a oportunidade de compreender melhor as terapias experimentais como forma de combate ao problema.    Entende-se, portanto, que os métodos terapêuticos experimentais ainda precisam transpor muitas barreiras para representar uma concreta saída para doenças. Para isso, é preciso que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Saúde crie campanhas de abrangência nacional que divulguem por meio de cartilhas, comerciais e postagens nas redes sociais os benefícios e os tratamentos terapêuticos disponíveis, além de aplicar palestras com profissionais do meio que expliquem os termos científicos tornando-os mais claros e dentro de uma linguagem acessível a todos, desmistificando crenças sem fundamento. Dessa forma, o equilíbrio proposto por Aristóteles será restaurado.