Enviada em: 17/04/2018

No livro "Capitães da Areia" o autor Jorge Amado retrata a vida de meninos moradores de rua e suas lutas diárias pela sobrevivência. Fora da literatura, a realidade é a mesma, uma vez que no Brasil ainda existe uma grande parcela  de pessoas em situação precária de rua. Nesse sentido, a falta de ações governamentais em consonância com o preconceito arcaico têm se manifestado como causas da manutenção do imbróglio social no Brasil hodierno.     A priori, é preciso salientar que o desdém por parte do poder público tem corroborado para que o impasse se enraíze no país. A despeito da Constituição Federal de 88 -Carta Magna vigente no Brasil- garantir o acesso á cidadania e moradia, ainda não é isso que ocorre de forma pragmática. Segundo Aristóteles, a política deve ser articulada pelos homens a fim de alcançar o equilíbrio social. No entanto, o Brasil caminha a passos largos contrários ao princípio harmônico defendido pelo filósofo grego, no que concerne à população em situação de rua brasileira.       Ademais, não obstante vetusto, o preconceito enraizado na sociedade contra essa parcela marginalizada socialmente colabora para que a problemática tome proporções ainda maiores. É incontrovertível que pessoas nessas condições enfrentam preconceitos diários por parte da população em geral, estimulada por um viés capitalista egocêntrico. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, fato social é toda maneira coletiva de agir e pensar, dotada de coercitividade, generalidade e exterioridade. Assim sendo, os estereótipos pregados aos desabrigados no Brasil se manifestam como um fato social.     Fica evidente, desse modo, que medidas urgem para a resolução do impasse. Destarte, o governo por meio do Ministério da Justiça precisa garantir o que prevê o artigo 6º da Constituição Federal, para isso o governo em concórdia com ONGS poderá criar casas comunitárias, no intuito de abrigar essas pessoas garantindo-lhes o acesso a saúde e educação, no intuito de, aos poucos, reverter esse caótico quadro.