Enviada em: 28/07/2018

Apesar de serem garantidos pela Constituição, alguns direitos básicos (como moradia, saúde e alimentação) são muitas vezes negados aos moradores de rua, que tentam sobreviver em meio ao caos. A negligência do Governo brasileiro e a omissão da sociedade, que finge não notar as dificuldades dos desabrigados, são as principais causas para que esta realidade não tenha mudanças. De acordo com John Locke, o Estado tem o dever de cumprir o "contrato social" com a sociedade, e quando o rompe, os cidadãos passam a viver com a ausência de direitos imprescindíveis para a manutenção da igualdade social e os moradores de rua são um claro exemplo disso.  Tal rompimento é decorrente da lógica capitalista do século XXI, visto que o país, interessado em lucrar, não enxerga vantagem em ajudar pessoas que não lhe trariam benefício algum. Esse pensamento egocêntrico e individualista atinge também outras camadas da sociedade. Nesse viés, a alienação popular perante essa questão é comprovada pela teoria de Émile Durkheim, a qual afirma a existência de um "fato social", representado por uma coletividade na forma de agir e pensar. Dessa maneira, nota-se que a situação dos moradores de rua já se tornou comum para a maioria dos cidadãos. Esse cotidiano faz com que os desabrigados sejam ignorados e sofram com a indiferença das pessoas, mesmo que estejam diante do sofrimento alheio. Sendo assim, mostra-se necessária a adoção de medidas interventivas para que essa realidade seja alterada. Primordialmente, o Governo deve criar, através do Ministério do Trabalho, programas que forneçam trabalho aos moradores de rua em troca de moradia, saúde e alimentação. Ademais, a mídia deve propagar campanhas que exponham a situação precária dos desabrigados, na tentativa de sensibilizar pessoas a realizarem doações para ONG's. Apenas dessa maneira, o contrato social prometido pelo Estado será cumprido.