A Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU - assegura a todos os indivíduos o direito ao bem-estar social. Contudo, a inobservância do estado à constituição federal ,assim como a omissão social impedem que os moradores de rua usufruam desse benefício jurídico na prática ,o que se configura um grave problema para a sociedade brasileira. Em primeiro plano, é valido constatar que a inoperância estatal é um grande impasse à seguridade dos cidadãos em situação de rua. Segundo a tese marxista o governo atua, muitas vezes, de forma inescrupulosa, ao assistir apenas a classe dominante .Tal perspectiva, de fato, é verídica, dado que as autoridades governamentais raramente desocupam grandes propriedades obsoletas, que não cumprem seu papel social, dever proposto pela Constituição brasileira de 1988,meramente por não desejarem ferir os interesses de certas elites detentoras de imóveis. Por consequência ,um grande contingente de indivíduos permanecem em situações precárias nas ruas ,sem qualquer proteção, enquanto que existem inúmeros prédios totalmente abandonados. Concomitantemente à questão estatal, a maioria do corpo social mostra-se não só relapso, como também violento com os moradores de rua. Isso decorre da antiguidade, período no qual os cidadãos da Polis Grega passaram a encarar os moradores de rua como contrários à ordem ,marginais, bem como um símbolo de subdesenvolvimento para a cidade-estado.A sociedade, então, por tender a incorporar estruturas padronizadas ,conforme defendeu Pierre Bourdieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir a ideia de que eles são inferiores .Por conseguinte, os residentes das avenidas são invisibilizados diariamente ou até mesmo violentados de forma brusca,como o ocorrido no Massacre da Sé, onde quinze moradores de rua foram atacados, devido à propagação de discursos intolerantes. É evidente ,portanto, que a inobservância do estado à constituição federal ,assim como a negligência social impedem que os sem teto desfrutem de seus direitos constitucionais .Sendo assim, é necessário que o Ministério das Cidades, planejem a ocupação ,assim como a reforma de imóveis inativos, visto que, a maioria deles encontram-se insalubres ,por meio da contratação de profissionais especializados em fiscalizar a existência desses espaços mediante a utilização da verba destinada pelo Tribunal de Contas da União ,para que se crie programas habitacionais e retire-se os cidadãos das ruas, contribuindo também para a redução de espaços ociosos. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incluir a disciplina de Ética e cidadania no ensino básico ,através de alterações nas Diretrizes Curriculares Nacionais ,a fim de que se desconstrua essa imagem pejorativa acerca dos sem abrigo,além de incentivar o altruísmo para com os sem abrigo.Assim,alcançará o país a verdadeira posição de democracia.