Enviada em: 16/10/2019

Na obra "Utopia", do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a empatia com os moradores de rua no Brasil apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Sob esse viés, o descaso governamental e a falta de emprego são potencializadores do impasse.    Em primeiro plano, destaca-se que o Estado é indiferente quanto a condição de marginalização dos residentes em via pública, em razão da ausência de programas de inclusão social, resultando em uma situação que desagrada a população. Nessa perspectiva, o filósofo Oscar Wilde é categórico ao afirmar que a insatisfação é o primeiro passo para o progresso, explicitando a necessidade de mudanças. Desse modo, o auxílio aos abandonados é fundamental para que essas pessoas sejam incorporadas de forma plena à comunidade.     Ademais, é irrefutável que a ausência de oportunidades no mercado laboral é determinante para o problema, pois dificulta a transformação de vida por meio do trabalho. A esse respeito, a responsabilidade coletiva é evidenciada pelo pensador Rousseau, ao declarar que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Sendo assim, tal realidade permanece imutável no país, dado que, graças à falta de emprego para os moradores de rua, ocorre a intensificação da exclusão grupal.       Logo, é primordial que o Governo Federal promova a inclusão dos desabrigados, através da criação de programas assistenciais que possibilitem condições dignas de saúde e alimentação, tendo em vista a criação de circunstâncias necessárias para o retorno desses indivíduos à comunidade. Outrossim, a fim de possibilitar a mudança de vida dos abandonados, é preciso que o empresariado, junto ao Estado, ofereça capacitação laboral e vagas nas corporações para os sem-teto. Com isso, essas ações contribuirão para alcançar o ideal definido por Thomas More.