No início do ano de 2017, a construção de estruturas "antimendigos" na cidade de São Paulo levantou discussões sobre a forma de lidar com os conflitos em espaços públicos. O crescente número de indivíduos em situação de rua, nos últimos anos, chama a atenção para um grave problema das cidades brasileiras. Fatores de ordem estrutural, bem como educacional, caracterizam o dilema vivido por essas pessoas no país. É importante ressaltar, de início, o grande déficit habitacional existente no Brasil. Como reflexo de um processo de urbanização rápido e desordenado, as cidades brasileiras não conseguem abrigar todo o contingente populacional, gerando índices assustadores de moradores de rua. Nesse sentido, segundo o site Mundo Educação, a apropriação privada do espaço urbano faz com que os cidadãos de baixa renda utilizem as ruas como alternativa para moradia. Outrossim, tem-se as falhas na educação brasileira na abordagem do tema. As escolas deveriam ressaltar nos indivíduos a importância do respeito e da ajuda às pessoas em situação de rua. Entretanto, o meio estudantil, muitas vezes, ignora essa parcela da população e, assim, contribui para a persistência da intolerância frente a esse grupo. Tal fator pode ser ratificado pelo ataque de um grupo de jovens a um mendigo em Brasília, ainda em 2012. É notória, portanto, a influência de fatores estruturais e educacionais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo, por intermédio dos órgãos responsáveis, assegurar aos brasileiros o acesso à moradia. Essa medida pode ser realizada por meio da ampliação de projetos que constroem casas a pessoas de baixa renda, como o "Minha casa, minha vida". Paralelamente, cabe às escolas, em consonância com a mídia, salientar a relevância do respeito aos moradores de rua. A ideia é, a partir de palestras e debates nas salas de aula e mediante campanhas nas rádios e televisões, construir uma consciência coletiva de tolerância ao próximo e minimizar os casos de discriminação e ataque a esse grupo.