Enviada em: 04/03/2018

Com a abolição da escravidão em 1888, no Brasil, os grandes proprietários de terras não tiveram mais a obrigação de abrigar os antigos escravos para fins de trabalho. Desse modo, uma grande massa de libertos foram marginalizados, sendo obrigados, portanto, a ocupar os locais disponíveis para sua sobrevivência. Assim, intensificou-se a questão dos moradores de rua, fato este que mostra a negligência estatal mediante a Constituição Federal, como também o descaso da população diante dessa problemática.       Em primeiro lugar, o Governo Federal garante, em lei, o direito ao acesso de moradia digna a todos. No entanto, não é isso que ocorre, pois diversos brasileiros são privados de um ambiente que apresente as mínimas condições necessárias de conforto. Sendo assim, os moradores de rua são submetidos a condições insalubres, como o frio, calor, falta de locais para descanso, ausência de perspectiva quanto à alimentação, como também a ausência de lugares para tomar banho. Por fim, todos os fatos mencionados relacionam-se de alguma forma com o acesso à educação, que se torna prejudicado. Isso se explica porque um cidadão que possui extremas preocupações com a garantia de segurança e sobrevivência, dificilmente terá condições emocionais e financeiras para a questão educacional.       Além disso, essa parcela populacional afetada, muitas vezes, é desprezada pelo restante da população, por acreditarem que estão nessa circunstância por questão de escolha. Entretanto, não é plenamente compreendido pelos brasileiros, em geral, que esses que habitam locais inapropriados possuem uma essência, uma história por trás de tal situação preocupante. Para exemplificar, muitos se encontram nesse contexto por motivos de intrigas familiares e vício em drogas. Partindo dessa análise, a atual realidade deles pode ser entendida como uma fuga de problemas ou como uma falta de estrutura emocional para enfrentá-los, em união com a ausência de outra possibilidade de moradia. Então, esses indivíduos são pessoas que precisam de ajuda e esse assunto vai bem além do senso comum.       Destarte, medidas precisam ser tomadas para contornar esse cenário. Para isso, o Governo Federal, através da arrecadação excessiva de impostos, deve construir casas populares com o objetivo de acolher os afetados. Outrossim, deve criar e intensificar programas que tratem de questões de relacionamento e vício em drogas, por exemplo, a fim de resolver situações de conflito. Ademais, precisa, por meio da mídia e do apoio de ONGs e de escolas, disseminar a importância do princípio da alteridade, além de tornar o assunto conhecido por todos, informando os programas de auxílio.