Enviada em: 24/07/2019

No livro Fahrenheit 451, Ray Bradbury constrói um mundo distópico no qual ler livros é proibido e, por isso, há um controle das massas com uma maior facilidade. Na atualidade, a narrativa não se mostra inválida, pois a internet faz um papel de controlador populacional. Além disso, a falta de liberdade também pode ser entendida como totalitarismo, uma vez que prejudica a sociedade.          Primeiramente, a tecnologia é um meio de monitoramento e pode ser usada como instrumento para persuasão. Assim, Adorno e Horkheimer, sociólogos da Escola de Frankfurt, definem indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura; filmes, livros, programas de TV etc. Paralelamente, a internet usa os dados obtidos como roteiro para gerar algoritmos e, posteriormente, manipular o comportamento dos usuários, principalmente nas redes sociais. Isso pode estimular os usuários a desenvolver comportamentos baseados apenas no que veem na rede, alimentando a indústria cultural.      Analogamente, já é totalitarismo quando as pessoas ficam sem liberdade de pensamento e comportamento. Assim, no livro 1984, o escritor George Orwell mostra uma população marcada pelo controle social do Estado, que não é percebido por todos. Ligado a isso, pode-se usar como exemplo a criação de incontáveis fake news durante as eleições presidenciais em 2018, no Brasil. A similaridade, pois, está na tentativa de ludibriar a população com notícias falsas, visando o seu controle social, o que é uma das formas de se perder a liberdade, devendo ser combatida.        Portanto, o impasse entre tecnologia e totalitarismo deve ser atenuado. Para que isso ocorra, urge que ONGs de apoio à liberdade de expressão sejam criadas e isso pode acontecer com o incentivo do Estado e da população para tal. Dessa maneira, elas podem atuar por meio de interações sociais, como a checagem de notícias, visando um crescimento da segurança online e diminuindo a manipulação e controle das pessoas por empresas na internet. Assim, a sociedade ganhará mais liberdade.