Enviada em: 02/09/2018

No Período Colonial, o modelo de ensino utilizado era o jesuítico e era baseado no método tradicional em que o professor ensina e o aluno aprende passivamente. Desde então, esse processo se incorporou na cultura nacional de aprendizagem e é um dos fatores que dificulta a utilização de novos modelos de educação, ainda que não haja comprovações científicas de sua superioridade em relação a outros. Dessa maneira, a resistência dos brasileiros em adotar mecanismos alternativos de absorção de conhecimento e a política governamental de controle social contribuem para agravar a problemática.     A princípio, destaca-se que conservar hábitos é uma das características de uma parcela significativa dos cidadãos. Assim como na Lei da Inércia elaborada por Isaac Newton em que é necessário a ação de uma força para retirar um corpo do seu estado inercial, é mister que ações sejam realizadas para mudar o paradigma educacional vigente, como uma divulgação mais ampla de outros métodos, a exemplo o Waldorf, que estimulam o desenvolvimento da análise crítica e possibilita uma reação contra a alienação imposta pelos governantes. Portanto, resistir a novas realidades contribui para a manutenção do atual padrão de comportamento no país: incapacidade de formular ideias próprias.     Ademais, ressalta-se que uma comunidade onde os integrantes são capazes que analisar situações e de se organizar para defender seus interesses de forma eficaz, representa uma ameaça à hegemonia estatal. Nesse viés, a proposta de Reforma do Ensino Médio estabelece mudanças, como direcionar estudos à área de maior interesse com o objetivo de facilitar o ingresso no mercado de trabalho, entretanto, tais diretrizes ainda constituem o método tradicional de aprendizagem em que o foco é capacitação para produtividade econômica e não a compreensão de qual a função do indivíduo no mundo sem qualquer imposição. Desse modo, é evidente que a política educacional utilizada possui, dentre outros objetivos, manter o controle social exercido pelo Estado.     Urge, destarte que ações sejam realizadas para garantir a utilização de novos modelos de educação. Mormente, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o quarto poder, assegurar o acesso a sistemas alternativos de ensino, por meio da implantação desses processos nas escolas, aliado a uma exposição mais ampla nos veículos de comunicação em massa de informações acerca dessas técnicas pedagógicas. Dessa forma, o objetivo é desmistificar as opiniões existentes e incentivar a mudança de comportamento na população. Paralelamente, a sociedade civil deve combater a alienação imposta pelos governantes, por intermédio de debates nos núcleos familiares em que serão abordados temas sociais e políticos com a exposição de opiniões dos participantes, juntamente com a possibilidade de refutação. Assim, será possível que novos sistemas de educação sejam utilizados e beneficiem a todos.