Enviada em: 12/09/2017

Quem não tem boca, vai à Roma?                            TEMA: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA      Dídimo, o Cego, foi um teólogo de Alexandria que ao perder a visão aos cinco anos de idade, gravou o alfabeto em madeira para utilizar o tato e continuar seus estudos. A educação é um direito de todos e não se deve deixar que as incapacidades impossibilitem o reconhecimento das habilidades. Entretanto, isso não muda a realidade para muitas crianças e adolescentes com deficiências no Brasil. Para isso, é preciso entender e analisar melhor esse cenário para garantir uma educação de qualidade sem exclusão.      Em primeiro lugar, a falta de acessibilidade é um dos maiores obstáculos nas escolas. Prova disso é que três em cada quatro escolas no Brasil não contam com itens básicos de acessibilidade. Isso inclui desde rampas até sanitários para deficientes, de acordo com o Censo Escolar 2014 do Inep. Essa situação está associada ao fato das melhorias de acessibilidade ser de responsabilidade de cada município, o que torna um item a mais de muitos que ainda precisam ser providenciados. Por esse motivo, o Programa Dinheiro Direto na Escola Acessível é muito importante, pois busca resolver esses problemas  de acesso dos prédios escolares.      Além do mais, é preciso questionar o atual modelo de ensino utilizado no país. Esse modelo exclui as pessoas portadoras de alguma deficiência e também as superdotadas e de transtornos globais do desenvolvimento. Por conseguinte, utilizar os apoios especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos que podem ter necessidades especiais em algum momento da vida escolar é indispensável.      Vale destacar também, que a Lei Brasileira de Inclusão aprovada em 2015 representa um grande avanço da sociedade. Uma vez que a deficiência é vista como um quadro que separa aquelas com necessidades especiais. No entanto, possui alguns pontos suscetíveis a críticas, já que a contratação de funcionários especializados sem ter o aluno se torna uma despesa a mais para algumas escolas, visto que as mesmas precisam se preparar para receber portadores de deficiências sem saber a quantidade. Sendo assim, força a iniciativa privada a fazer o que o Governo não faz.      Fica claro, portanto, que para garantir  uma educação de inclusão de qualidade é preciso a aplicação da lei levando em consideração seus empecilhos. Sendo assim, é fundamental cobrar do Governo o fornecimento de subsídios para as instituições privadas de ensino e a fiscalização das escolas públicas. Por fim, terceirizar a contratação de profissionais qualificados resolveriam a questão da manutenção desnecessária. Só assim não precisaríamos ver crianças fazendo seus próprios materiais para estudar.