Enviada em: 07/09/2017

A primeira fase poética de Carlos Drummond de Andrade, no início do século XX, caracterizou-se por temas como reflexão existencial, isolamento e descontentamento. Analisando o contexto atual sobre a depressão entre os jovens, sua temática parece atemporal. O número de vítimas dessa doença, infelizmente, vem crescendo, e isso evidencia-se tanto pelo aumento do número de suicídios no Brasil, quanto pela mudança da estrutura familiar.       Segundo dados fornecidos pela OMS, o Brasil é o oitavo país com o maior número de suicídios do mundo e sua taxa subiu 60% desde 1980. Como diz o sociólogo Julio Jacobo, criador do Mapa da Violência, é como se os suicídios se tornassem invisíveis, sobre os quais mantemos o silêncio. Vale ressaltar, porém, que esses casos também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar a própria vida.       Além disso, na estrutura da família moderna, muitas vezes crianças e jovens são órfãos de pais vivos, e, por passarem grande parte do tempo no mundo digital, acabam sendo "educados" por ele ao invés de seus progenitores. Assim, laços de afeto e de confiança vão sendo estabelecidos por agentes externos e, dessa forma, jogos como Baleia Azul e episódios de bullying - considerado, por psicólogos, um dos principais elementos associados à depressão - tomam proporções maiores do que tomaria caso houvesse um sentimento de amparo, atenção e suporte dos jovens em relação aos pais.       Nota-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para diminuir essa problemática. Para tal, é necessário que o Governo Federal direcione mais verba à contratação de profissionais especializados nesses casos pelo SUS, a fim de resolver a depressão como uma patologia. O Ministério da Saúde, deve, também, criar campanhas em escolas e meios de comunicação, alertando sobre causas e cuidados com a depressão, para que, assim como Drummond, pessoas consigam superar suas dificuldades.