Enviada em: 25/10/2017

O cenário mundial hodierno retrata fielmente o conceito de ''modernidade líquida'', proposto pelo sociólogo Zygmunt Bauman, uma vez que reflete a inconsistência e a constante competição em todos os âmbitos das relações humanas. Entretanto, a necessidade do indivíduo de se renovar a cada dia, imposta pelo modelo econômico capitalista, somada à pressões internas e externas incisivas, prejudica sua saúde mental e leva à quadros clínicos como a depressão. Dessa forma, cabe analisar as causas desse problema e de que maneira o modelo social vigente tem impactado a vida dos jovens.    Em primeiro lugar, as cobranças no ambiente escolar e universitário tem sido fatores determinantes ao crescente número de adolescentes depressivos. Notas que selecionam indivíduos vistos como inteligentes ou não, competições veladas entre alunos e estereótipos impostos de acordo com números em um boletim, são alguns dos elementos que com a sua persistência levam a um estado contínuo de tristeza. Logo, tais fatores contribuem para um número cada vez maior de jovens que, ao não encontrarem ajuda, vêem muitas vezes na morte a saída para esse problema.   Além da problemática supracitada, outro aspecto relevante no que tange às causas do aumento do número de depressão entre jovens é a pressão em anos de vestibular. Com isso, a influência familiar em relação à escolha de cursos que muitas vezes não correspondem à vontade do adolescente,  além de dúvidas acerca do futuro e com ela a necessidade de ser bem sucedido, deixa-os angustiados. Por conseguinte, tem-se uma parcela cada vez maior de adolescentes que apresentam quadros de ansiedade e depressão. Prova disso são dados de uma pesquisa realizada pela Biomed Central (BMC) em 2011, as quais indicam 18,4% o número de indivíduos maiores de 18 anos no Brasil que já tiveram pelo menos um episódio depressivo em sua vidas.    Posto isso, para que a saúde mental dos jovens seja preservada, o Ministério da Saúde, conjuntamente com o Ministério da Educação, deve mostrar-se atuante. Por intermédio da realização de métodos de avaliação alternativos como apresentações, trabalhos em grupo ou de acordo com a participação do aluno em sala de aula, mitiga-se os efeitos traumáticos que as notas, ao tentarem definir a capacidade de um estudante em aprender, deixam na vida dessas pessoas. Ademais, a presença de psicólogos e psicopedagogos em unidades de saúde e escolas, respectivamente, auxiliará os jovens a lidar com seus problemas de maneira correta e mostrará uma saída ao turbilhão de pensamentos que os atormentam. Dessarte, o número consistente de adolescentes saudáveis sobrepujará a inconstância de vidas marcadas pela depressão.