A intensificação da depressão entre jovens no Brasil, indiscutivelmente, representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada e urgente nos dias atuais. Isso pode ser evidenciado não só pelos inúmeros prejuízos que esse mal acarreta ao indivíduo, como também pela falta de acompanhamento direcionado às crianças e adolescentes. Na série de TV "Os Treze Porquês", por exemplo, o assunto é abordado através da personagem vítima de depressão, Hannah Baker. Por conta dos diversos tipos de abuso sofridos pela adolescente - físicos e psicológicos - , a narração culmina, consequentemente, com seu suicídio. Apesar de ficcional, casos como esse representam a realidade de muitos jovens brasileiros e contribuem para que o país ocupe o terceiro lugar mundial em número de pessoas depressivas. Além do isolamento social característico, a depressão pode causar inquietação e falta de concentração na escola, fatores que muitas vezes levam o doente à procura de refúgio no consumo de drogas. Segundo os sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer, a Indústria Cultural, representada pelos meios de comunicação, possui grande poder de influência sobre as massas. Sendo assim, a mídia nacional poderia tratar do tópico com mais frequência, visando esclarecer as pessoas sobre a enfermidade. Por conta dessa frágil conscientização, a informação não chega a um grande número de famílias, e o que se observa é o acompanhamento insuficiente ou até mesmo inexistente da vida dos filhos, algo que contribui fortemente para a perpetuação do problema. Medidas, portanto, são necessárias para resolver o impasse. Nesse caso, o Ministério das Comunicações deve exigir uma ação de divulgação maior nos meios midiáticos, através da criação de propagandas televisivas e novelas que estimulem a importância da participação familiar na vida dos filhos. Ademais, a escola também deve intervir nesse controle através da instituição de palestras e da introdução de psicólogos especializados, a fim de garantir a saúde mental e o bem estar dos alunos.