Enviada em: 28/09/2017

O tempo passou a reger a vida do homem. O relógio tornou-se o comandante da rotina, e cada minuto livre vem sendo ocupado por uma atividade aqui, outra acolá. Contudo, em meio à tantas responsabilidades, milhares de pessoas, no cenário atual, não tem forças para levantar da cama e utilizar esse tempo. Preguiça? Não, muito mais preocupante. O motivo vem a ser a doença que tem distanciado cada vez mais pessoas delas mesmas e do mundo ao seu redor: a depressão.        O aumento desse transtorno mental é reflexo de uma sociedade inquieta e infeliz, que deseja abraçar o mundo, mas não é abraçada por ele. Isto é, a exigência de um padrão para aceitação; a rotina exaustiva para alcançar recompensas; a cobrança pela aprovação em um vestibular, um concurso, tudo isso faz com que a pressão interior sufoque. E, ao contrário do que é necessário, ao se deparar com essa situação, parece não haver atenção e amparo suficiente.        A metáfora de Camões para o amor ganha um novo contexto. "É ferida que dói e não se sente", diz o poeta. A depressão agoniza. É preciso falar sobre ela. É preciso ajudá-la a se curar. É preciso sentir a dor do outro como se fosse de toda uma nação.       Sendo assim, é preciso que campanhas como o "Setembro amarelo", que visa conscientizar a respeito de transtornos psicológicos como a depressão, ganhem cada vez mais força. Não só em setembro, mas ao longo de todo o ano, são necessárias palestras realizadas por profissionais da área da psicologia em escolas e espaços públicos. Com o apoio do governo, ONGs e grupos ativistas, esses eventos podem se tornar frequentes de modo a dar ao problema em questão a devida atenção. Afinal, como colocou o filósofo Cícero, "a ignorância é a pior enfermidade do gênero humano". Além disso, atendimentos fáceis e gratuitos, em postos de saúde ou mesmo virtualmente, são ótimas ferramentas para auxiliar e incentivar a busca por ajuda. Dessa forma, passo a passo, o problema tende a amenizar e receber o tratamento adequado.