Enviada em: 23/10/2017

No início de 2017, o surgimento do jogo denominado "baleia azul" foi notícia em todo o país. O jogo, que consiste em cumprir uma série de atos sendo o último tirar a própria vida, expôs ainda mais a questão do suicídio na sociedade brasileira. Os estudos de Émile Durkheim acerca do assunto constitui-se de grande importância para o debate do tema. Dentre os tipos de suicídios propostos por ele, o egoísta e o anômico são os que mais se adequam à realidade do Brasil.  O suicídio egoísta caracteriza-se por aquele que acontece em decorrência do isolamento do indivíduo e, consequentemente, pelo enfraquecimento de seus laços sociais. Se antes, os familiares eram próximos entre si no dia a dia, hoje, nos tempos modernos, não é frequente que isso ocorra. Com a grande demanda de tempo que o trabalho exigem dos adultos e o estudo exigem das crianças e adolescentes, o tempo restante para que haja o contato entre os indivíduos da família é menor. Sendo assim, a possibilidade de distanciamento entre pais e filhos é maior.  Para Durkheim, a sociedade é análoga ao corpo biológico. Assim como o corpo humano necessita que todas suas partes exerçam suas funções, com a sociedade ocorre o mesmo. E, caso alguma parte venha a falhar, seja a família, a escola, a igreja, o Estado, etc., constitui-se o que ele nomeou de anomia. O suicídio anômico ocorre quando os indivíduos, diante de mudanças e desordens sociais (em estado de anomia), não se reconhecem mais na sociedade. Portanto, um modo para se pensar em soluções para os crescentes casos de suicídios é propondo modificações nas "partes" da sociedade que estão em contato com o jovem.  A família e a escola, devido à proximidade com os jovens, são os principais agentes que podem vir à ajudá-los. A aproximação, em tempos de distanciamento, se torna necessária para a prevenção, assim como o apoio emocional. Já o Ministério da Saúde deve promover campanhas ou apoiar ONGs que atuam na prevenção do suicídio, como o Setembro Amarelo, que promove atividades a fim de esclarecer a população sobre o tema.