Enviada em: 22/10/2017

Ao se pensar a respeito da depressão, é possível afirmar que atualmente, no Brasil, os jovens são a faixa etária mais atingida por esse problema. A  doença se caracteriza por um estado de tristeza, revolta e desânimo permanente. O crescimento do distúrbio entre os jovens pode ser explicado, em parte, pela pressão pessoal e social vivida por eles hodiernamente, assim como pelo desconhecimento da patologia.   Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman vivemos em uma modernidade líquida, devido a fluidez, o individualismo e a efemeridade das relações e dos processos humanos. O problema é que grande parte das coisas não podem ser conquistadas instantaneamente, pelo contrário, é exigido tempo e paciência que a juventude não está disposta a ofertar. Uma boa imagem profissional e relacionamentos saudáveis, por exemplo, não são construídos de maneira rápida. Desse modo, muitos jovens estão desenvolvendo quadros de depressão por conta da ansiedade e frustração de não conquistar imediatamente o que se deseja.     Além disso, a sociedade brasileira contribui para o aumento da depressão entre os jovens, em parte, pela pressão social exercida sobre eles, assim como pelo desconhecimento da população sobre essa doença. Demanda-se deles, por exemplo, que sejam bons profissionais, casem, tenham filhos e, ainda, que sejam capazes de resolver problemas das gerações passadas. Outrossim, o estigma do depressivo como uma pessoa fraca, dramática e infeliz permanece no imaginário da sociedade, passando a ideia de que ele escolheu ficar assim e, portanto, só depende dele sair desse quadro. Frente à tanta expectativa, o jovem brasileiro vive em estado de stress, quadro que também pode ocasionar a depressão que acaba sendo negligenciada tanto pela população quanto pelos jovens que a tem.    De modo a garantir o desenvolvimento adequado da juventude, algumas medidas devem ser tomadas. Para isso, os meios de comunicação - internet, televisão, rádio - devem promover propagandas para a divulgação de informações sobre a depressão, dando espaço para os psiquiatras e psicólogos discutirem os sintomas e mecanismos da doença. Assim como, o Governo deve  investir em medicamentos e auxílio médico gratuito ao deprimido e familiares, criando centros especializados para o tratamento da doença. E que, por fim, as pessoas possam aprender a compreender e ajudar quem precisa, contribuindo com o combate a depressão no país, afinal, segundo Nelson Mandela defendia, devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.