Segundo Schoppenhauer, a vida é uma eterna busca por realizações de prazeres pessoais, porém como é impossível a obtenção de sucesso em todas, essa mesma vida acaba tornando-se um cenário de frustrações, o que leva o homem à negação da felicidade. Em tal aspecto, a depressão apresenta-se como a aprofundamento desse panorama, que, hoje, pressupõe uma epidemia nacional, principalmente, entre jovens, já que esses baseiam incessantemente suas aspirações em esperanças de um futuro próspero. O primeiro aspecto a ser analisado referente à elevação do número de depressivos entre jovens no Brasil diz respeito à elitização do sistema de tratamento. Sendo a população nacional dependente em 75% do SUS, não são todos que possuem capacidade de custear um serviço de psicólogo na rede privada, fazendo com que muitos jovens, encontrando-se em um princípio de depressão, não consigam buscar ajuda especializada - não havendo oferta pública - , aprofundando ainda mais o cenário da doença. Além disso, vale ressaltar também que existe uma gênese social para tal anomalia. Segundo Durkheim, toda e qualquer pessoa é em sua essência influenciada pelo meio social que vive, ou seja, como a adolescência é um período de elevada responsabilidade cabível a indivíduos que mal atingiram a maturidade, muitos acabam não sabendo lidar com tanta pressão, que é embasada pelo sistema educacional - com o vestibular -, o ambiente familiar e pelo aprofundamento das relações no convívio. Portanto, algumas medidas são fundamentais para reverter o aumento da depressão entre os jovens no país. Dentre elas, cabe ao Poder Executivo criar, no SUS, uma central de atendimento específica às doenças psicossociais entre adolescente com psicólogos contratados e consultas semanais disponíveis para qualquer um, visando democratizar o tratamento a essa patologia social no país, para que o indivíduo possa ser acompanhado de perto e o cenário revertido. Com isso, o direito à felicidade, como assim definido por John Locke, será enfim respeitado.